A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados alertou hoje, terça-feira, para a falta de patrulhamento em circulação nas auto estradas, que considera um factor de risco adicional em acidentes como o ocorrido na segunda feira na A25.
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"Se a GNR fizer patrulhamento em circulação é mais provável que as pessoas conduzam numa velocidade mais ajustada. Mas a política de patrulhamento da GNR está virada de pantanas e o patrulhamento em circulação não se faz", defendeu hoje, em declarações à Lusa, o presidente da ACA-M, Manuel João Ramos.
O responsável alertou que "na área das SCUT não há as mesmas exigências do pagamento do financiamento do patrulhamento que há por parte da Brisa" e que isso "é um factor de risco adicional para as SCUT - o facto de não estarem abrangidas por parte do patrulhamento como as auto-estradas da Brisa estão".
A A25 - uma SCUT - foi, na segunda-feira, palco de dois acidentes graves junto ao nó de Talhadas, em Sever do Vouga, um em cada sentido, causando cinco mortos e 72 feridos. Os dois acidentes envolveram cerca de meia centena de veículos.
Segundo disse aos jornalistas fonte oficial da GNR, os dois acidentes terão sido causados pelas "condições atmosféricas adversas". Para o presidente da ACAM, este argumento é "totalmente estapafúrdio".
"Pensar que na Suécia há um décimo dos acidentes que existem em Portugal e que o tempo e o clima na Suécia é muito pior do que cá, mostra bem que o problema não é o mau tempo mas é a incapacidade que as pessoas têm de compreender que devem ajustar a sua condução às condições climatéricas", afirmou.
Manuel João Ramos alertou que "as SCUT não são auto-estradas a sério, são auto-estradas de montanha com uma tipologia que não as define como auto estradas".
"São estradas perigosas e a verdade é que as pessoas também não sabem circular em SCUT", acrescentou.