A aterragem em Marte do robot Curiosity é um "feito tecnológico sem precedentes", declarou o presidente Barack Obama, após a aterragem bem sucedida do robot da NASA na superfície de Marte, esta segunda-feira.
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"A aterragem com sucesso do Curiosity - o laboratório mais sofisticado de sempre a aterrar noutro planeta - assinala um feito tecnológico sem precedentes, que será lembrado como um marco de orgulho nacional no futuro", disse Barack Obama em comunicado.
As declarações foram emitidas após a aterragem bem sucedida do robot da NASA na superfície de Marte. "O contacto (com o solo) foi confirmado", anunciou um membro da missão de controlo, no Jet Propulsion Laboratory (JPL) de Pasadena, no Estado norte-americano da Califórnia, às 05.31 horas (06.31 horas em Portugal continental).
Uma imagem de uma das rodas na superfície empoeirada, tirada por uma câmara colocada na parte de trás do robot, confirmou a aterragem da sonda em Marte.
Uma segunda imagem chegou segundos depois, mostrando a sombra do robot em Marte.
Barack Obama disse que os Estados Unidos "fizeram história" com esta conquista. "Isto prova que mesmo as coisas mais difíceis não resistem à nossa vontade e ao nosso engenho", afirmou.
"E o sucesso desta noite (nos Estados Unidos) lembra-nos que a nossa supremacia - não apenas no Espaço, mas também na Terra - depende da nossa capacidade de continuar a investir sabiamente na inovação, tecnologia e investigação fundamental, que sempre fez da nossa economia a inveja do mundo".
A aterragem mais difícil
A Agência Espacial Norte-Americana investiu 2,5 mil milhões de dólares no Curiosity.
Lançado a 26 de novembro de 2011 do Cabo Canaveral, na Florida, o robot de seis rodas Curiosity é o maior e o mais perfeito engenho de exploração alguma vez enviado para outro planeta.
A aterragem em Marte foi a mais difícil de todas aquelas com que a NASA já se confrontou, porque o Curiosity é demasiado pesado para que o impacto fosse amortecido por sacos com ar. Por isso, os engenheiros conceberam uma espécie de "grua" com foguetões na retaguarda que susteve o robot com a ajuda de cordas de nylon nos últimos segundos da descida.
Antes disso, a nave sofreu sete minutos de descida vertiginosa durante os quais a velocidade passou de 21.243 quilómetros por hora para 2,74 quilómetros por hora.
Um imenso paraquedas supersónico de 21 metros de diâmetro abriu-se logo após a largada do escudo térmico, para travar a nave abaixo da velocidade do som.
Missão de dois anos
O Curiosity deverá levar a cabo uma missão de dois anos em Marte. Alimentado por um gerador nuclear, tentará descobrir se o ambiente marciano foi propício ao desenvolvimento da vida microbiana.
Para tal, o robot possui numerosas ferramentas, entre as quais um mastro com câmaras de alta definição e um laser para estudar alvos até sete metros.
Outros instrumentos analisarão o ambiente para aí procurar moléculas de metano, um gás frequentemente ligado à presença de vida, já detetada em Marte em várias ocasiões por uma sonda norte-americana em órbita. O robot poderá também furar o solo para fazer recolha de amostras e analisá-las.
A missão do Curiosity foi definida como "absolutamente crucial" para determinar se os terrestres estão sozinhos no universo, como Marte se transformou em planeta árido e preparar o eventual envio de seres humanos para o planeta vermelho.