"Que os dois povos possam viver em paz nos respectivos países, em fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente", afirmou numa cerimónia de acolhimento no aeroporto de Ben Gurion, perto de Telavive.
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O Papa Bento XVI apelou à reconciliação entre israelitas e palestinianos que permita a cada povo "viver em paz no respectivo país", quando chegou a Israel no âmbito da sua primeira viagem à Terra Santa.
"Eu apelo, com todos os responsáveis, para um exame de cada via possível para uma resolução justa das consideráveis dificuldades para que os dois povos possam viver em paz nos respectivos países, em fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente", afirmou Bento XVI numa cerimónia de acolhimento no aeroporto de Ben Gurion, perto de Telavive.
"Venho, como tantos outros antes de mim, para rezar nesses lugares santos, para rezar especialmente pela paz - a paz aqui na Terra Santa e a paz no mundo", sublinhou o Papa.
O Papa - que foi recebido pelo presidente e pelo primeiro-ministro israelitas - defendeu que o anti-semitismo é "repugnante" e "totalmente inaceitável".
"Infelizmente, o anti-semitismo continua a levantar a sua face repugnante em várias partes do mundo. É totalmente inaceitável", declarou Bento XVI.
No discurso de boas-vindas ao Papa, o presidente israelita, Shimon Peres, sublinhou que a visita de Bento XVI é "uma missão espiritual do mais alto nível: uma missão de paz" para "plantar sementes de tolerância e erradicar as más ervas do fanatismo".
Depois de ter estado três dias na Jordânia, Bento XVI vai passar cinco dias em Israel e na Cisjordânia.
A visita, sob elevada protecção policial, decorre também sob tensões entre o Papa e Israel devido nomeadamente ao levantamento da excomunhão do bispo negacionista Richard Williamson em finais de Janeiro e à desejada beatificação de Pio XII, acusado pelos judeus de ter ficado em silêncio durante o genocídio nazi.
Esta é a décima segunda viagem internacional de Bento XVI, o terceiro Papa que pisa a Terra Santa, depois de ali ter estado Paulo VI em 1964 e João Paulo II no ano jubilar de 2000.
Segundo o programa, o Papa, de 82 anos, deverá visitar Jerusalém, Belém e Nazaré, fazer peregrinações aos lugares santos e deslocar-se a um campo de refugiados palestinianos.