Bispo do Porto garante que maioria do clero vive celibato de "modo sereno e feliz" e critica generalizações
O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, garantiu hoje, quinta-feira, que a grande maioria do clero vive de "modo sereno e feliz o seu celibato" e criticou as "generalizações" injustas feitas a propósito de "graves contrafacções de alguns clérigos".
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"Creio bem que, daqui a algum tempo, virá ao de cima a verdade dos factos, decerto mais verdadeira do que as generalizações absolutamente indevidas, que entretanto se propalam, com gritante injustiça. Ou seja, que a grande maioria do clero vive de modo sereno e feliz o seu celibato", disse D. Manuel Clemente, na Missa Crismal de quinta feira Santa.
O bispo do Porto considerou que "a mentalidade geral" parece "contrariar" a condição celibatária entendida como uma "graça recebida", já que encontra, "em graves contrafacções de alguns clérigos, o reforço da sua crítica, como se o celibato sacerdotal fosse inadequado ao ministério e até um óbice à maturidade pessoal".
D. Manuel Clemente diz, por isso, que "não deixa de ser estranho que, depois de ter dessacralizado o mundo, a modernidade pretenda agora mundanizar a Igreja".
"Vivam recíproca e dinamicamente o mundo como mundo e a Igreja como Igreja. Não com rivalidade, mas como dois momentos duma única finalização", apelou o prelado.
D. Manuel Clemente refere que o celibato dos padres os "ajuda a encarar mais esperançosamente a vida e a morte" e "mais serenamente as vicissitudes", dando a sua contribuição a "todos os outros irmãos e irmãs".
Dirigindo-se aos sacerdotes, o bispo referiu: "A melhor apologia do vosso celibato está na gratidão das vossas comunidades e de todos quantos usufruem da vossa inteira disponibilidade para o louvor de Deus e o serviço do próximo".