O distrito do Porto foi o mais afectado por situações de casas que ruíram devido ao mau tempo, desalojando famílias inteiras. No Porto, seis pessoas tiveram que fugir de casa, quando o prédio ao lado começou a cair. Em Espinho, 10 pessoas ficaram sem tecto.
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Maria de Fátima Carvalho estava a descansar na cama quando ouviu um estrondo. "Parte do sótão da casa ao lado caiu mesmo em cima do meu quarto. Pensei que ia morrer. Agarrei-me logo ao guarda-fatos", conta, ao JN, olhando para o apartamento, na Rua do Freixo (Porto) onde reside há dois anos e não sabe quando poderá voltar a ocupar em segurança.
Quando chegou à rua, já vários moradores tinham saído para ver o que se passava. Foi quando a sua vizinha do rés-do-chão, Liliana Pereira, apareceu com o filho de 23 meses e o marido. "Vínhamos de táxi para casa e o taxista disse-nos que não podíamos entrar na rua, porque estava cortada ao trânsito. Só mais à frente é que vi que o problema era com a casa ao lado da minha, que está desocupada há vários anos", relata.
Tanto Maria de Fátima quanto Liliana tiveram que passar a noite em casa de familiares. Fonte dos Sapadores do Porto explicou, ao JN, que o sótão da casa com o nº 1324 da Rua do Freixo podia cair todo a qualquer momento e que já andavam a voar telhas por todos os lados. Por isso, os bombeiros iam proceder à demolição.
Em estado de degradação
Em Matosinhos, o mau tempo provocou a derrocada de parte de uma casa centenária, na Rua de Sendim (Senhora da Hora), desalojando cinco pessoas e causando ferimentos ligeiros num dos moradores, que teve que ser assistido no Hospital de Pedro Hispano. A família foi realojada pelos serviços sociais da Autarquia.
Segundo apurámos, a habitação já se encontrava muito degradada. Por isso, no Inverno passado, a Protecção Civil alertara a família para abandonar a casa. Ontem, pelas 11.30 horas, ruiu o tecto, chão e paredes de um dos quartos da casa.
Em Espinho, mais concretamente em Silvalde, os ventos fortes também fizeram estragos numa casa degradada, onde viviam duas famílias, que há muito tempo se encontravam inscritas no programa de realojamento da Câmara. As dez pessoas foram colocadas provisoriamente na Pousada da Juventude. E em breve serão realojadas pela Autarquia.