Concessionários e bombeiros defendem vigilância de praias fora da época balnear
As praias deveriam ser vigiadas fora da época balnear oficial, impedindo ou reduzindo o impacto de comportamentos negligentes, defendem a Federação Portuguesa de Concessionários de Praia e a Liga dos Bombeiros Portugueses.
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Depois de duas pessoas terem morrido e uma estar desaparecidoa no mar da Costa de Caparica, ontem, sábado, o presidente da Federação, Luís Carvalho, disse à Lusa que o número de pessoas que aflui actualmente às zonas balneares obriga a encarar a questão da segurança de uma forma diferente.
"A culpa aqui é sempre repartida: as pessoas têm comportamentos errados, sem dúvida, mas neste momento as praias ainda não estão vigiadas. Deveria haver já alguma vigilância pontual assegurada por entidades oficiais que deviam garantir protecção às pessoas mais descuidadas", afirmou.
Luís Carvalho referiu que, apesar de os concessionários dos estabelecimentos serem responsáveis por contratar os nadadores salvadores, não têm meios e conhecimentos técnicos para assegurar o controlo da situação fora da época balnear, que arranca a 1 de Junho.
"Estamos a falar da vida das pessoas. Não vamos esperar também que sejam os comerciantes ou os residentes das localidades a contratar a PSP para fazer a sua segurança, estamos a falar de competências do próprio Estado", sustentou o responsável.
O presidente da federação lamentou os acidentes de sábado, ocorridos apesar de os concessionários da Costa de Caparica já terem "antecipado" a época balnear e contratado "alguns nadadores salvadores".
Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, estes casos chamaram a atenção para duas questões. "Portugal continua a padecer, em relação aos cidadãos, da ausência de uma cultura de risco". Por outro lado, sublinhou, é preciso reconhecer, como já aconteceu a nível dos incêndios florestais, que as condições meteorológicas já não permitem encarar estas situações apenas como um fenómeno de época.
O responsável apontou, por isso, a necessidade de as autoridades olharem de forma "menos rígida" para a delimitação das datas de abertura.