A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina em Portugal. A doença é pouco conhecida, mas afeta uma em casa seis mulheres em idade reprodutiva, segundo divulgou, esta sexta-feira, um professor da Universidade do Minho.
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A endometriose é doença que tem como principal sintoma a dor pélvica (sintoma apresentado por cerca de 80% das mulheres afetadas) e afeta a fertilidade feminina. Uma em cada seis mulheres em idade reprodutiva é afetada.
Segundo Jorge Correia Pinto, professor da Escola das Ciências da Saúde (ECS) da Universidade do Minho (UMinho), aquela doença, apesar de "socialmente expressiva" devido ao impacto na vida da mulher, "é muito pouco conhecida e divulgada" em Portugal.
"Há também escassos especialistas suficientemente habilitados para lidar com esta patologia, o que leva a que, em média, o seu diagnóstico demore cerca de oito anos", acrescenta.
Cirurgia em direto
A UMinho receberá, sábado, o primeiro congresso nacional sobre o tratamento minimamente invasivo para a endometriose. Durante o congresso, será transmitida uma cirurgia, em direto e em alta definição, para o auditório da ESC da UMinho.
A cirurgia vai ser feita pelo austríaco Jorg Keckstein, "um dos mais experientes do mundo" em cirurgia laparoscópica, que irá operar, no Hospital da Arrábida, em Gaia, uma mulher com esta patologia em estado severo.
No auditório da ESC da UMinho estarão mais de 150 especialistas, que terão oportunidade de debater as técnicas mais recentes no tratamento da endometriose.
"Este simpósio tem uma importância ímpar face à elevada prevalência daquela doença em Portugal e à enorme escassez de informação e conhecimento da mesma por parte da comunidade médica e da população em geral", explicou Jorge Correia Pinto.
A endometriose é uma doença progressiva que pode levar ao mau funcionamento de vários órgãos e queixas álgicas intensas, impedindo muitas mulheres de fazer uma vida normal. Os casos mais severos exigem uma complexa abordagem cirúrgica.
Os sintomas associados incluem dor abdominal, alterações intestinais, dor nas relações sexuais, cansaço extremo, menstruação abundante e irregular, problemas de rins ou bexiga e infertilidade.