O ex-subdiretor de Informação da RTP Luis Castro antecipou-se e será o primeiro a ser ouvido pela ERC no inquérito promovido pelo regulador ao denominado caso "Brustosgate", "subvertendo o calendário previsto", admitiu o presidente do regulador.
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A audição de Luís Castro esta segunda-feira, depois das 17.30 horas, na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) "vai subverter o calendário previsto das audições", admitiu à Lusa o presidente do regulador, Carlos Magno, que confirmou ter recebido, no domingo, um telefonema de Luís Castro a pedir para ser ouvido com "caráter de urgência".
Carlos Magno garantiu ainda à Lusa ser intenção da ERC "ouvir toda a gente envolvida" no inquérito que hoje se inicia, incluindo a polícia e autoridades de investigação policial, mas eventualmente também os advogados de elementos detidos na sequência dos incidentes no final da manifestação de 14 de novembro e que terão sido confrontados pelas autoridades policiais no dia seguinte aos acontecimentos com imagens televisivas.
Se alguma das pessoas detidas e interrogadas tiver sido confrontada com imagens da RTP não emitidas essa será uma prova material de que as imagens em causa terão sido usadas para outro propósito que não o da informação, aquele pelo qual foram recolhidas, e esse testemunho "é relevante", admitiu o presidente da ERC.
"Quando pela primeira vez disse isso - que a ERC iria 'ouvir toda a gente' - estava a pensar na polícia e autoridades de investigação policial, que era a parte mais óbvia e essa parte está prevista, mas podemos estender para fora" as audições, aos advogados dos manifestantes detidos e interrogados na noite de 14 de novembro e no dia seguinte, precisou Carlos Magno.
"Neste momento, não excluo a audição de ninguém", acrescentou.
Luís Castro será ouvido por três elementos do Conselho Regulador da ERC - Carlos Magno, Alberto Arons de Carvalho, vice-presidente do conselho, e Luísa Roseira - e ainda por uma técnica do Departamento de Análise de Media e outra do Departamento Jurídico.