Filas de horas e caos nas acreditações do primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude
Documentos perdidos, processos confundidos, acreditações rejeitadas e filas de horas marcaram o primeiro dia de centenas de jornalistas que estão em Madrid para a cobertura da Jornada Mundial da Juventude.
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Um mau arranque para o encontro dos jovens católicos que trará a Madrid cerca de 1,5 milhões de pessoas, de todo o mundo, e onde uma complexa operação logística foi montada, envolvendo o corte de grande parte do centro de Madrid e um vasto dispositivo de segurança.
O caos esteve instalado desde meio da manhã quando os jornalistas começaram a convergir no Palácio dos Congressos de Madrid para recolher a acreditação, na maioria dos casos solicitada e aprovada há várias semanas.
Depois de estarem horas ao calor, numa longa fila que rodeava dois lados do edifício, quando finalmente chegavam ao balcão das acreditações, muitos deparavam-se com confusão.
Mesmo aqueles a quem a organização tinha confirmado que os pedidos de acreditação tinham sido recebidos - e que já estavam a receber os comunicados oficiais dos organizadores - confrontavam-se com a ausência das bases de dados.
Outros tinham fotografias trocadas, documentos em falta ou problemas com a aprovação, com algumas acreditações rejeitadas pela Polícia, sem que uma explicação tenha sido dada.
"Estou aqui há três horas e agora dizem que não me têm na base de dados", confessava um jornalista de uma rádio chilena.
Uma outra jornalista, de um jornal espanhol, também se queixava, explicando que era a terceira vez que vinha ao edifício e que, quando finalmente chegou ao balcão, o seu nome continuava fora das listas.
Quem teve dificuldades no balcão inicial de acreditação acabou por ser dirigido para um outro balcão para realizar uma acreditação "de momento".
"Mandaram-nos enviar montes de documentos pela net. Mandámos, confirmam que estamos acreditados e agora dizem que temos que simplesmente apresentar o passaporte e dar o nome", criticava um jornalista italiano.
Um padre, responsável de meios de comunicação paroquiais, e que também estava na fila, era um dos que mais tinha esperado.
"Tive de estar duas horas nas filas para os 'curas' e agora mais três aqui nos jornalistas", afirmou.
Uma espera para testar a fé ou a paciência dos jornalistas dos quase 5.000 órgãos de informação de todo o mundo 'acreditados' para as jornadas que começam esta terça-feira e terminam domingo e que contarão com a presença do papa Bento XVI.