A Conferência Episcopal Mexicana pediu "perdão" na terça feira pelos abusos sexuais cometidos por eclesiásticos contra menores, e comprometeu-se a deixar julgar os suspeitos na justiça.
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"Queremos pedir perdão aos que foram vítimas de abusos por parte de padres desonestos, que pelos seus actos abomináveis fizeram mal a crianças inocentes, traíram o seu ministério, prejudicaram a instituição e a imagem sacerdotal", declararam os bispos e os arcebispos mexicanos num comunicado divulgado durante a sua assembleia anual.
A Conferência Episcopal comprometeu-se igualmente a permitir que "as autoridades civis intervenham e façam respeitar a lei" nos casos actuais e passados.
Ao México, a maior parte destes abusos sexuais está relacionada com o padre Marcial Maciel, fundador da congregação ultraconservadora dos Legionários de Cristo, instituição que pediu perdão às vítimas em Março passado.
O padre Maciel, que morreu em 2008 aos 87 anos, foi acusado de múltiplos abusos sexuais e várias paternidades.
O sacerdote foi obrigado, em maio de 2006, pelo Vaticano "a renunciar a qualquer ministério público" e a "viver uma vida retirada na oração e na penitência".
A Igreja mexicana cumprimentou igualmente o papa Bento XVI pela "coragem com a qual se exprimiu" sobre o tema dos abusos pedófilos cometidos por padres em todo o mundo.
O Vaticano sublinhou segunda feira que os abusos sexuais cometidos por padres devem ser "sempre" denunciados à justiça comum, publicando no seu site de Internet "as linhas directoras" da luta contra a pedofilia no seio da Igreja católica.
O Vaticano indicou que nos casos mais graves de pedofilia, o papa pode afastar imediatamente um padre, sem esperar a conclusão de um processo canónico.