O inquérito a realizar sobre os abusos sexuais supostamente cometidos por padres católicos na Holanda deve abranger o período "entre 1945 até hoje", defendeu hoje, sexta-feira, Wim Deetman, presidente da comissão que prepara a investigação.
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"Aconselho a organizar um inquérito independente sobre o abuso sexual dentro da Igreja Católica, que vá de 1945 até hoje", afirmou o responsável aos jornalistas após uma conferência de Imprensa na cidade holandesa de Haia.
A comissão consultiva episcopal "Ajuda e Direito", encarregada de recolher os testemunhos das alegadas vítimas de abusos sexuais pelo clero na Holanda, já recebeu mais de 1500 "indícios" desde Março passado, adiantou na quinta-feira à AFP o seu porta-voz, Ben Spekman.
"Os avisos até agora recebidos pela comissão remontam a 1945", confirmou, por sua vez, Bert Elbertse, um porta-voz da Igreja Católica holandesa.
O inquérito, que ainda não começou, deverá levar cerca de um ano, de acordo com Wim Deetman, um ex-ministro holandês da Educação e actual responsável da comissão que prepara a investigação.
A conferência dos bispos católicos holandeses e a conferência de institutos religiosos na Holanda tinham anunciado, a 9 de Março, que em breve iriam abrir uma investigação "ampla, externa e independente" sobre os abusos sexuais contra menores cometidos pelo clero católico no país.
Ambas as instituições deverão responder na próxima terça-feira às propostas da comissão liderada por Wim Deetman, numa conferência de Imprensa em Zeist, perto de Utrecht, na Holanda central.