Um profissional de saúde norte-americano, que poderá ter tido contacto com os fluidos de um doente de ébola que morreu no Texas, está de férias num navio cruzeiro, onde se encontra isolado, informaram as autoridades norte-americanas.
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A pessoa não apresenta qualquer sintoma da doença, mas permanece isolada, de forma voluntária, dentro da respetiva cabine, referiu o Departamento de Estado norte-americano, num comunicado.
"Passaram 19 dias desde que o passageiro em questão pode ter tratado amostras dos fluidos do paciente que morreu", indicou a mesma nota informativa.
O Departamento de Estado norte-americano afirmou que está a trabalhar em parceria com os responsáveis do cruzeiro "para trazer de volta a pessoa, de forma segura, para os Estados Unidos".
O funcionário saiu de Galveston, Texas, no passado dia 12 de outubro. O nome e o sexo da pessoa não foram revelados.
"O funcionário não teve contacto direto com o paciente que morreu de Ébola, mas pode ter tido contacto com as colheitas clínicas feitas ao doente", precisaram as autoridades norte-americanas.
O doente de ébola referido pelo Departamento de Estado é Thomas Eric Duncan, o cidadão originário da Libéria que morreu num hospital em Dallas a 8 de outubro.
O profissional de saúde saiu dos Estados Unidos para realizar a viagem de cruzeiro antes de os Centros norte-americanos para o Controlo de Doenças e Prevenção terem atualizado os requisitos para a monitorização das pessoas que possam ter tido contacto com o doente liberiano.
Duas enfermeiras do hospital de Dallas que trataram Thomas Eric Duncan ficaram infetadas com o vírus do ébola e foram entretanto transferidas para outras unidades hospitalares nos Estados Unidos.
Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o ébola causou 4493 mortos em 8997 casos registados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).
A OMS teme um expressivo aumento do número de infeções que estima poderem subir até aos 10 mil novos casos por semana (atualmente registam-se mil) até ao final do ano na África Ocidental.
O ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então.