<p>Os fogos florestais e os sumidouros são duas questões que Portugal levou às reuniões de concertação da UE que decorrem no âmbito na conferência sobre alterações climáticas de Copenhaga, segundo a ministra do Ambiente.</p>
Corpo do artigo
O problema da destruição das florestas pelos incêndios, que todos os anos são responsáveis por uma grande parte das emissões de dióxido de carbono e pela devastação dos sumidouros de carbono (retenção de CO2 nas florestas), é uma questão ambiental que preocupa Portugal e que os negociadores portugueses esperam ver contemplada na posição final que a UE vier a apresentar na conferência sobre o clima.
"Nós, Portugal, também estamos especialmente interessados na questão dos sumidouros. Consideramos que é muito importante que sejam devidamente valorizados, através das boas práticas agrícolas, incluindo obviamente toda uma política de gestão da floresta, que também queremos ver contemplada", disse Dulce Pássaro, numa entrevista à Agência Lusa a propósito da conferência de Copenhaga.
Um outro aspecto importante para Portugal, explicou a ministra do Ambiente, é a "criação de condições para a prevenção dos fogos que além de, no momento, contribuírem muito para as emissões [de dióxido de carbono], também destroem os sumidouros".
Nesse sentido, a governante salientou que a diminuição dos fogos florestais "é uma área fundamental para a gestão da problemática das alterações climáticas no país", explicando que, "apesar da presidência sueca da UE fechar os dossiers importantes" nas negociações de Copenhaga, Portugal também participa nas reuniões de concertação a nível comunitário.
"Temos técnicos e delegados portugueses em Copenhaga que participam nessas reuniões para darem nota das nossas posições", explicou.
Portugal tem em Copenhaga uma equipa interministerial com representantes do Ministério do Ambiente, da Comissão para as Alterações Climáticas, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Economia e conta com 15 peritos portugueses na negociação.
Dulce Pássaro adiantou que viaja terça-feira para Copenhaga, onde permanecerá até o final da conferência, enquanto que Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, chega segunda-feira à capital dinamarquesa.
A maioria dos ministros do Ambiente dos 192 países participantes na conferência da ONU sobre alterações climáticas chegam hoje a Copenhaga para tentar dar um novo impulso às negociações sobre as bases de um novo acordo climático mundial vinculativo que permita reduzir as emissões poluentes. Estão já confirmadas também as presenças de mais de cem chefes de Estado e de Governo no encerramento da cimeira, na próxima sexta-feira, entre os quais o primeiro-ministro português, José Sócrates.
Dulce Pássaro manifestou-se "optimista" quanto aos resultados das negociações, que decorrem desde segunda-feira: "Estou tranquila porque a UE tem uma posição liderante e ambiciosa nas alterações climáticas".