O coordenador do Programa Nacional de Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos diz não haver relatos em Portugal da variante mortífera de uma bactéria de tratamento muito difícil que está a propagar-se em hospitais dos Estados Unidos.
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"Não temos nenhum relato em Portugal nos últimos tempos de casos relacionados com esta estirpe", afirmou José Artur Paiva, em declarações à agência Lusa.
Uma variante mortífera de uma bactéria de tratamento muito difícil está a propagar-se nas unidades hospitalares dos Estados Unidos da América, colocando em risco os doentes mais vulneráveis.
O relatório sobre a bactéria mortal - "carbapenem-resistant enterobacteriaceae" (CRE) - foi realizado pela Vital Signs, uma publicação dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDCP) dos Estados Unidos.
O coordenador do Programa Nacional de Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos salienta que a existência de bactérias de tratamento difícil "é algo que está monitorizado".
José Artur Paiva lembrou que "em fevereiro foi assinado um protocolo entre a Direção-Geral de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge que torna este programa de vigilância mais eficaz".
O programa, explicou, tem duas metodologias, "uma, que já existia, que se destina a que os laboratórios de microbiologia com periodicidade de três em três meses, ou pelo menos de seis em seis, relatem ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e à DGS os níveis de resistência de determinado nível de bactérias".
O protocolo assinado em fevereiro "alarga este mecanismo de vigilância para um outro âmbito".
"Mantendo o relatório trimestral ou semestral de vigilância e 'report' [denúncia], criámos um sistema de relato imediato, [feito] no momento em que é isolado determinado grupo de bactérias, que é raro mas que é muito resistente", contou.
José Artur Paiva explicou que o primeiro sistema destina-se a bactérias "que têm algum nível de resistência, mas são já relativamente frequentes".
"O segundo, de relato imediato para resposta rápida, é destinado a resistências raras, mas de elevado grau, de forma a que a resposta seja mais rápida", referiu.
O tipo de bactérias que está a propagar-se nos hospitais dos Estados Unidos "está incluído no segundo grupo".
O coordenador do Programa Nacional de Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos garante que, "se aparecer em algum laboratório, está montado este sistema para que se criem logo mecanismo de resposta e de contenção".
Ao longo dos anos, algumas das bactérias tornaram-se resistentes a antibióticos conhecidos por carbapenems, geralmente associados aos medicamentos mais recentes para o tratamento de bactérias.