<p>Três físicos portugueses foram co-autores de artigos científicos dos investigadores laureados com o prémio Nobel da Física. Nuno Peres, professor da Universidade do Minho reconhece benefícios para a investigação lusa após a nota bibliográfica publicada pela Fundação Nobel.</p> <p> </p>
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Os russos André Geim e Konstantin Novoselov foram galardoados pela descoberta do grafeno, a forma bidimensional do carbono, com a espessura de apenas um átomo, em estudo desenvolvido no Centro de Nanotecnologia da Universidade de Manchester, no final de 2004.
Em 2007 foi publicado um artigo na revista “Physical Review Letters” elaborado por Novoselov, Geim e pelos três físicos portugueses: Nuno Peres, João Lopes dos Santos e Eduardo Castro. Em 2008, a revista “Science” publicou outro artigo da autoria de Greim e Novoselov e que contou com a participação de Nuno Peres, da Universidade do Minho.
Numa entrevista ao site da Universidade do Minho, Nuno Peres destaca o facto de o carbono ser “fonte de vida e por isso nos é tão querido. O próprio grafeno, quando obtido a partir da grafite tem a sua origem em algum organismo vivo num passado muito distante.
Acresce que o número de compostos à base de carbono é virtualmente ilimitado, daí nos estarmos constantemente a cruzar com este elemento químico”. Na verdade, a sociedade actual pode ser designada por sociedade do carbono.
Em termos concretos, o grafeno será aplicado nos “novos painéis tácteis (touch-screens) para monitores de computadores e aparelhos de comunicação móvel; células solares; detectores de radiação electromagnética; sensores de pequenas quantidades de certos tipos moléculas em ambientes fechados; sensores de tensão em estruturas; sequenciação das bases que constituem o ADN; metrologia”.
Na caracterização dos laureados, Nuno Peres diz serem “físicos para os quais o gozo está na compreensão dos mistérios da Natureza. Não têm medo de investir tempo em projectos que podem muito bem falhar. Não ficam presos por toda a vida ao que em dado momento aprenderam a fazer”.