Um grupo de profissionais ligados à tauromaquia em Portugal considera uma "hipocrisia" e uma "aberração a proibição das corridas de toiros na região da Catalunha, Espanha.
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O cavaleiro tauromáquico Paulo Caetano, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Toureiros Portugueses, disse à Lusa que a medida é "um exemplo da hipocrisia política actual em certos governos".
"Quando alguns dos principais líderes do partido socialista espanhol (PSOE) metiam há pouco tempo cunhas para arranjar barreiras (o melhor lugar sentado de uma praça de touros) para assistir às corridas em Barcelona, são os mesmos que tiram agora a liberdade de voto aos seus parlamentares", acusou.
"Na altura, até viajavam de avião, propositadamente, para ostentarem a sua figura pessoal nessas corridas", criticou.
O Parlamento da Catalunha proibiu, em Julho, as corridas de touros a partir de 1 de Janeiro de 2012, mas a medida só vai atingir a Praça de Touros de Barcelona.
"O que me assusta é a questão da democracia e da liberdade individual que é posta em causa de uma forma perfeitamente tirânica, quando se retira o direito de voto aos parlamentares e se pega numa actividade com tanta força social e cultural", sublinhou.
Joaquim Grave, proprietário da ganadaria Murteira Grave, considerou, por sua vez, a medida uma "aberração".
"Não acredito que esta decisão política seja o princípio do fim da festa. Todos sabemos que a Catalunha está contra Espanha e se não houvesse corridas de touros em Espanha eu creio que a Catalunha que votaria para haver corridas de toiros", declarou.
Para o cavaleiro tauromáquico João Moura Jr., esta decisão do parlamento catalão é uma "injustiça", uma vez que esta é uma forma de "acabar com uma tradição ibérica".
O cavaleiro, que toureou no início do ano na Praça de Toiros de Barcelona, assegurou ainda que "perdeu-se uma batalha, mas ainda não se perdeu a guerra".
O matador de touros português José Luís Gonçalves também lamentou a decisão, considerando que os catalães estão a "aproveitar a tauromaquia para atingir os seus fins".
"Nós conhecemos Espanha pelos touros, pela sua gastronomia, pela sua música e se começam a querer acabar com o que serve de identidade de um país é lamentável", considerou.
"Ainda falta um ano para a lei entrar em vigor. Neste momento estão a ser criados movimentos para cancelar a lei e acredito que tudo vai ser alterado", concluiu.