Entre 4000 e 5000 polícias de todo o país participam, esta terça-feira, na manifestação contra as restrições orçamentais previstas na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013, disse à agência Lusa o presidente da ASPP/PSP.
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Paulo Rodrigues disse que a adesão à manifestação convocada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), iniciada com uma marcha desde a praça Camões até à Assembleia da República, superou as expectativas.
Os manifestantes começaram a chegar junto à Assembleia da República perto das 19 horas, na altura em que soaram o Hino Nacional e "Grândola Vila Morena", de José Afonso.
Na escadaria em frente à fachada principal da Assembleia da República encontram-se elementos das equipas de intervenção rápida da PSP, em serviço.
Os polícias em protesto gritaram frases como "Gatunos, gatunos", e exibiram faixas com palavras de ordem "Pela colocação das novas posições remuneratórias", "Em defesa da segurança pública, contra o corte" e "Por um estatuto profissional digno".
O presidente da ASPP/PSP disse que, no final da manifestação, será entregue um documento a todos os grupos parlamentares, em que são mencionadas as medidas que os agentes querem ver revistas no OE.
Paulo Rodrigues disse à agência Lusa que esta é a maior manifestação de sempre organizada pela estrutura sindical, e justificou a adesão com "a desmotivação" da classe.
Os profissionais da polícia criticam a suspensão da passagem à pré-aposentação, o fim da utilização gratuita dos transportes públicos e o aumento dos encargos com o subsistema de saúde.
"O OE para 2013 vai afetar os polícias, como afeta todos os cidadões, mas há três aspectos que afetam, em particular, os polícias", nomeadamente a suspensão da passagem à pré-aposentação, o fim da utilização gratuita dos transportes públicos e o aumento dos encargos com o subsistema de saúde.
Paulo Rodrigues adiantou que, com este OE, o Governo "não está a valorizar trabalho da PSP, sublinhando que as medidas vão "prejudicar a qualidade do trabalho" daquela força policial.
Com 36 anos de serviço e 56 de idade, um agente veio de Ponte de Lima para manifestar o seu desagrado contra as restrições orçamentais, uma vez que contava passar, em 2013, para a pré-aposentração e tal já não vai acontecer.
A fazer ainda patrulhamento nas ruas, este polícia confessou que já lhe faltam "meios físicos para poder reagir contra certas agressividades, sendo melhor estar encostado a uma secretaria".
O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) também se juntou à manifestação convocada pela ASPP/PSP e o seu presidente, Armando Ferreira, disse à Lusa que participa no projeto porque está "preocupado com o futuro dos polícias".
Armando Ferreira lamentou ainda que, na manifestação, com agentes de todo o país, não estejam todos os sindicatos da polícia, tendo em conta que, quando reivindicam, os problemas da classe acabam por ser todos resolvidos.