Um soldado americano que perdeu os quatro membros numa explosão, no Iraque, recuperou os braços depois de um transplante dos membros superiores e já teve alta no hospital americano "The Johns Hopkins", em Baltimore, na terça-feira.
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O soldado Brendan Marrocco, de 26 anos, foi operado há seis semanas em Staten Island, New York, Estados Unidos da América (EUA), e já está ansioso por voltar para uma vida ativa.
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Conduzir, nadar e "handcycling" (um género de ciclismo adaptado) estão no topo da sua lista de desejos.
"Sinto que estou a ter uma segunda oportunidade para começar de novo, estou ansioso por tudo o que queria fazer durante os últimos quatro anos", disse Brendan numa conferência de Imprensa, anunciando a sua saída do hospital.
Brendan conduziu a sua própria cadeira de rodas para a conferência de imprensa, durante a qual puxou o cabelo para trás com o braço esquerdo. Confessou que sente pouca ou quase nenhuma sensação no braço direito e em ambas as mãos.
O transplante de braços é raro e, segundo os médicos, este foi o primeiro procedimento com tanto sucesso no Hospital "The John Hopkins". Brendan é o primeiro soldado americano, nas guerras do Iraque e Afeganistão, a sobreviver depois de perder todos os membros, disseram ainda.
Andrew Lee, o médico que dirigiu a equipa, acrescentou que, apesar do sucesso da operação, Brendan ainda vai ter que esperar alguns anos para que os nervos dos membros regenerem e ganhe um uso significativo dos braços.
"O progresso será lento, mas os resultados irão recompensar", disse Lee.
Segundo Jamie Shores, um professor assistente de cirurgia plástica e também parte da equipa médica, Brendan excedeu as esperanças de todos ao encontrar formas criativas de usar os novos membros, apesar das fracas expectativas médicas para a sua mobilidade nesta fase inicial.
"Nós somos os únicos a abrandá-lo neste momento", partilhou Shores.
"Chegaremos lá", disse Brendan. Bem animado, o veterano de guerra brincou e disse que uma atitude positiva e uma personalidade teimosa ajudaram a superar as dificuldades.
A família do soldado disse que, apesar das dores, ele tem estado otimista. "Ele não tem tido momentos baixos", disse o irmão de Brendan, Michael Marrocco.
Brendan vai passar mais de seis horas por dia em fisioterapia, segundo os médicos.
A cirurgia em que o soldado americano recebeu os transplantes demorou 13 horas e envolveu uma equipa de 16 médicos, incluindo voluntários de cirurgia plástica, ortopedia e outras áreas, revelou fonte do hospital.
O procedimento foi financiado pelo Departamento de Defesa dos EUA e os restantes custos suportados pelo hospital, segundo Lee.