A taxa de cesarianas nos hospitais públicos da região Norte desceu nos primeiros três meses deste ano para os 30%, quando no mesmo período de 2010 estava nos 36%, segundo do Ministério da Saúde.
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Uma taxa de cesarianas acima dos 35% coloca Portugal como um dos países europeus com maior número de partos por cesariana, segundo estimativas de um grupo de peritos.
A comissão para a redução da taxa de cesarianas da região Norte tem trabalhado desde o final do ano passado para reduzir este tipo de parto em Portugal e conseguiu, nos primeiros três meses, que nenhuma instituição apresentasse valores acima de 40%.
O coordenador da comissão, Diogo Aires de Campos, acredita que estes resultados são fruto do trabalho desenvolvido.
Segundo disse à agência Lusa, a comissão fez visitas aos hospitais com piores resultados e lembra ainda que a Administração Regional de Saúde do Norte aplicou medidas de incentivos financeiros às instituições que conseguiram reduzir a taxa de cesarianas.
No Norte, seis instituições (40% dos blocos de partos) já atingiram valores inferiores a 30% e apenas quatro mantêm valores acima dos 35%: Centro Hospitalar do Nordeste, Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro, Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim/Vila do Conde e Centro Hospitalar do Porto.
Diogo Aires de Campos afirma ainda acreditar que no resto do país a quebra de cesarianas seja idêntica.
O objectivo do Ministério da Saúde é obter no final deste ano uma taxa de cesarianas inferior a 30%, até porque na generalidade os países da Europa têm taxas que não ultrapassam este valor.
Numa declaração escrita à agência Lusa, a ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou que as pretensões do Ministério são "tentar corrigir uma opção clínica com base em critérios rigorosamente clínicos".
A ministra alerta que as cesarianas são "um acto cirúrgico e que envolve riscos sérios", admitindo que são necessárias medidas de sensibilização dos profissionais de saúde e das famílias para as vantagens do parto natural.
"O facilitismo, o desconhecimento, o falso sentimento de segurança e, por vezes, a falta de diálogo entre a família e o médico, durante o período de gestação, estão na base da opção pela cesariana", refere Ana Jorge.