<p> Vacinação contra o vírus H1N1 deve prosseguir, recomenda da Direcção Geral de Saúde, uma vez que que será essa a estirpe do vírus da gripe dominante no Inverno. </p>
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"É possível admitir que 20% da população estará protegida, quer pela doença quer devido a infecções inaparentes quer, ainda, pela vacinação", refere o Relatório da Pandemia da Gripe em Portugal, elaborado pela Direcção Geral de Saúde (DGS) e que será divulgado durante II Congresso Nacional de Saúde Pública a decorrer hoje e sexta-feira, no Porto.
O mesmo relatório refere que "a vacinação contra a gripe pandémica deverá prosseguir, visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), admite-se que a estirpe A (H1N1)2009 irá ser predominante na próxima época sazonal".
Segundo o documento, e durante a maior campanha de vacinação no país que começou a 26 de Outubro de 2009, foram distribuídas até Junho de 2010 dois milhões de doses da vacina, "estimando-se a administração de cerca de 700 mil doses, correspondendo a uma taxa de cobertura, em relação à população alvo, de cerca de 20%".
Ao longo de 133 páginas, o documento vai analisando as várias etapas da infecção em Portugal (contenção e mitigação da doença), desde a identificação de um novo vírus da gripe a 17 de Abril em dois doentes da Califórnia (EUA) até à estratégia de vacinação e de comunicação adoptada no País.
Em Portugal, o primeiro caso foi diagnosticado a 29 de Abril (importado a partir do México) e o primeiro caso secundário foi identificado a 4 de Julho.
A 14 de Julho verificavam-se 100 casos acumulados, sendo mil a 14 de Agosto e dois mil a 21 do mesmo mês.
No total foram hospitalizados 1436 doentes (193 admitidos em Cuidados Intensivos), registando-se 124 óbitos, dos quais 46 registados na região Norte, 29 na Região Lisboa e Vale do Tejo, 26 na região centro, 13 na Madeira e os restantes distribuídos pelo Alentejo, Algarve e Açores onde apenas se verificaram três mortes por H1N1.
A idade média de ocorrência dos óbitos foi de 47,6 anos, maioritariamente pertencente ao sexo masculino (59,7%).
A causa directa de morte é desconhecida num doente cujo resultado da autópsia está em segredo de justiça.
Nos restantes a mais frequente foi a pneumonia viral primária, em 79,7 por cento dos doentes, independentemente do grupo etário e da presença de fatores de risco.
O relatório analisa ainda os resultados da actuação da Linha de Saúde 24 no âmbito do plano de contingência, tendo sido registadas, entre 24 de Abril de 2009 e 15 de Março de 2010, mais de 1,4 mil tentativas de contacto, 73% das quais atendidas.
Os sintomas mais frequentes referidos pelos utentes foram tosse (80,5%), febre (60,3%), mialgias/artralgias (35,4%), cefaleias (31,3%), odinofagia (22,1%), vómitos e diarreias (11,8%), rinorreia (11,3%), prostração e sonolência (1,1%) e irritabilidade (1%).