A João Dinis Sousa não perturba o facto de a sua formação de base ser engenharia electrotécnica. Ter dado o salto para interesses na área da biologia evolutiva é para ele natural.
Corpo do artigo
Dedicou-se a esta área "como autodidacta", num período que baliza com a certeza de quem fixa metas: entre 1995 e 2001.A fase seguinte, como se obedecesse a um ciclo académico, foi a de 2001-2006, para saber tudo quanto havia a saber da ciência feita sobre as origens do VIH, vírus da imunodeficiência humana. De então para cá, trabalhou com cientistas de vários ramos para chegar às conclusões deste estudo, que localiza em Kinshasa, nas primeiras décadas do século XX, a oportunidade aproveitada por um vírus presente noutros primatas de passar para os humanos, até se propagar depois um pouco por todo o Mundo.
João Dinis Sousa já publicou três "posters" (sumários explicativos de uma pesquisa apresentados em ambiente de congressos e conferências) em Espanha, Grécia e no Canadá. Publicou também dois artigos nas revistas "Bioessays" e "Journal of Theoretical Biology". Afirma que a comunidade científica não o tem feito sentir intruso; pelo contrário tem dela recebido interesse.
"Sei que o artigo agora publicado pode ser atacado em alguns aspectos, mas isso é normal na comunidade científica. Quando se tenta reconstituir uma epidemia recuando quase um século, pode haver um ou outro aspecto que suscite dúvidas" , afirma João Dinis Sousa, que já programa novas fases do trabalho, ainda no domínio do VIH-sida.