Judeu ou não judeu? É mais uma das aplicações da Apple que funciona como base de dados de personalidades judias. Disponível desde Agosto, o serviço tem gerado controvérsia e a SOS Racismo exige a sua extinção.
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A SOS Racismo anunciou que vai processar a Apple, criadora da aplicação Judeu ou não judeu? é um recenseamento de personalidades judaicas mundialmente conhecidas, que podem ser localizadas por nome, por categorias predefinidas ou através de uma busca aleatória. É possível ainda ao utilizador sugerir nomes em falta.
O criador do serviço, Johann Levy, mostrou-se surpreendido pela polémica em torno da aplicação. Levy, também ele judio, disse que o se produto propõe uma lista de personalidades judias que triunfaram e alega que as suas fontes são públicas. "Os anti-semitas não precisam desta aplicação para encontrar personalidades judias", acrescentou em entrevista ao "Le Nouvel Observateur".
O presidente da Liga internacional contra o Racismo e Anti-semitismo (Lycra, na sigla original), Alain Jakubowicz, disse-se "chocado" pelo facto de ser difundida uma informação que não tem interesse.
A aplicação, na opinião do responsável, reaviva "o velho e violento fantasma anti-semita de que os judeus são quem têm o dinheiro e o poder", disse Jakubowicz ao jornal francês.
A SOS-Racismo acusa a Aplle da criação de um arquivo ilegal. No Código Penal francês, fornecer ou manter os dados sobre as origens raciais ou étnicas, opiniões políticas ou religiosas, sem o consentimento da pessoa, é punível com cinco anos de prisão e com uma multa no valor de 300 mil euros.
A Apple declarou que se o serviço for ilegal, o retira. A empresa acrescentou também que este é um caso de ataque à liberdade de expressão e que a Wikipédia ou a Google devem sofrer as mesmas sanções.
Actualmente, a aplicação disponibiliza uma lista com mais de três mil nomes de celebridades judias.