O PS convocou esta segunda-feira uma conferência de imprensa de Mário Centeno na sede do PS, em Lisboa, para criticar as contas do cenário macro-orçamental do PSD, que classificou de "materialmente impossíveis" e de terem um buraco de 4750 milhões de euros por explicar. Mostrou-se apenas disponível para debater as contas com candidatos a deputados, desafiando Rui Rio para o fazer.
Corpo do artigo
"Em eleições os líderes debatem com os líderes, os candidatos debatem com os candidatos", defendeu Mário Centeno, quando questionado sobre se estava disponível para aceitar o repto feito pelo líder do PSD para um debate com o responsável pelo seu programa macro-económico, Joaquim Miranda Sarmento, "o Centeno do PSD".
O ministro das Finanças mostrou-se indisponível para o fazer, uma vez que Joaquim Sarmento não é candidato a deputado, mas disse que se algum candidato a deputado do PSD estiver disponível para o fazer, incluindo Rui Rio, não terá "nenhuma dificuldade em fazê-lo", disse.
Na conferência de imprensa, o candidato a deputado, que vai em quinto lugar na lista por Lisboa, calculou em "pelo menos 4750 milhões de euros" os buracos nas contas do PSD que "é necessário explicar" e defendeu que isso só poderá conduzir a défices excessivos e a uma "instabilidade da política orçamental e aos cortes para resolver problemas causados por orçamentos mal desenhados".
Centeno elencou várias "promessas do PSD" - o aumento do investimento em serviços públicos, aumentos para todos os setores da Função Pública e o aumento do valor das prestações sociais - para garantir que "não casam com a evolução da despesa no cenário macro-económico do PSD". "São promessas que eu diria vãs face à dimensão financeira que está no orçamento projetado do pelo PSD", disse, garantindo que, pelas suas contas, faltam 3900 milhões de euros - a receita é superior nesse valor face à previsão de crescimento económico.
Centeno garante também que a despesa prevista no programa do PSD está subfinanciada em 2750 milhões de euros. "Se alocarmos os 25% para redução dos impostos, os 25% para o aumento do investimento e o que é necessário alocar para que o saldo orçamental vá de um défice em 2019 para um superávit em 2023 faltam 2750 milhões de euros de despesa para justificar", disse,
Apontou três riscos neste cenário - riscos sobre o crescimento económico, sobre o impacto do crescimento económico na receita e o risco de despesa - e diz que isso levaria de novo o país para uma situação de "défices excessivos".