Os estragos da Aline pelo país: inundações, quedas de árvores e estradas cortadas
A passagem da depressão Aline por Portugal provocou, desde o início da madrugada, centenas de ocorrências relacionadas com o mau tempo, essencialmente quedas de árvores e estruturas, inundações, deslizamentos de terra e cortes de estradas, com principal destaque para o Norte e Centro.
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Em linha com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que dava conta de um agravamento das condições atmosféricas, todos os distritos do território continental estão, desde as 6 horas de hoje, sob aviso laranja por causa de chuva, vento e agitação marítima fortes. A chuva, que começou na quarta-feira nas regiões do Norte e Centro, estendeu-se ao restante território na madrugada passada e aumentou de frequência e intensidade. O vento, mais forte no Centro e Sul, pode provocar rajadas de até 110 quilómetros por hora, sobretudo no litoral e nas terras altas a sul do Cabo Mondego e no sul do Algarve, estando previstos fenómenos extremos pontuais durante o dia.
A chuva intensa que caiu, desde o fim da tarde e princípio da noite de quarta-feira até ao fim da manhã de hoje, provocou inundações em muitos locais da região Norte. Na cidade do Porto, duas famílias, residentes na zona das Fontainhas, pelo menos tiveram de ser realojadas pelos serviços camarários, depois de terem ficado com as casas inundadas, cenário que se repetiu também noutros pontos do concelho. O Coliseu do Porto, principal sala de espetáculos da cidade, também não escapou às infiltrações, com o concerto da artista Mayra Andrade, agendado para esta quinta-feira à noite, a ser adiado. E várias estradas foram cortadas - um homem com moblidade reduzida foi filmado, ontem à noite, a tentar desentupir a estrada de acesso à Via Panorâmica em direção ao Campo Alegre.
Também no distrito do Porto, na Póvoa de Varzim, a inundação de vários espaços da EB 2,3 Cego do Maio obrigou, esta manhã, a fechar as portas da escola, que se vai manter encerrada durante todo o dia. E na vizinha Vila do Conde, na chamada Escola dos Correios, a acumulação de água provocou a queda de três placas do teto falso. No concelho de Baião, um pontão sobre o ribeiro de Teixeiró "desapareceu", na última noite, em consequência da enxurrada provocada pela intempérie, deixando a estrada que liga União de Freguesias de Teixeira e Teixeiró interditada ao trânsito por tempo indeterminado.
Cenário semelhante no distrito de Braga. Várias ruas do centro da cidade de Guimarães tiveram que ser interditadas ao trânsito e, em Famalicão, onde os bombeiros receberam centenas de solicitações relacionadas com inundações em ruas e garagens, a Escola Secundária Camilo Castelo Branco e o hospital do concelho também foram afetados.
Em Bragança, a subida do caudal do rio Igrejas destruiu a passagem provisória na aldeia de Varge e principal acesso a Rio de Onor, onde estão a decorrer obras na ponte que permite a travessia na localidade dividida pelo curso de água. Em Coimbra, a EB 1 de Quinta das Flores foi encerrada por precaução na sequência de uma inundação, obrigando a que mais de 200 alunos tivessem de regressar a casa. E na Sertã, distrito de Castelo Branco, a chuva intensa causou a derrocada parcial da parte superior da capela de Nossa Senhora da Conceição, templo datado do século XVI e classificado como Imóvel de Interesse Concelhio, além de ter provocado também quedas de árvores e de pequenas estruturas sem gravidade.
Continuando para sul, os monumentos da serra de Sintra, onde durante a noite houve algumas quedas de árvores, foram encerrados por precaução, com exceção para Palácio Nacional de Sintra e o Palácio Nacional de Queluz, que se mantêm abertos. E, em Oeiras, durante a manhã houve registo de 20 ocorrências entre inundações e quedas de árvores.