Israel lançou um surpreendente ataque contra alvos militares e nucleares do Irão. Teerão anunciou, sem especificar um número concreto, dezenas de mortos, nomeadamente a do líder da poderosa Guarda Revolucionária. Telavive alegou que o objetivo da operação foi o de tentar travar o fabrico de armamento nuclear.
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O que justificou a ação de Israel?
Fontes oficiais israelitas revelaram que “foram atingidas dezenas de alvos militares, incluindo nucleares, em diferentes áreas do Irão”. A operação terá sido decidida “no último minuto, depois de esgotadas todas as outras vias”, segundo explicou Gideon Sa'ar, ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel. Foi a operação mais significativa desde os ataques mútuos ocorridos em outubro do ano passado.
Quem era e o que representava Hossein Salami?
Morto na sequência dos bombardeamentos, Hossein Salami era líder da Guarda Revolucionária, principal ramo militar de defesa política e religiosa do Irão. Tinha 65 anos. Outra das vítimas confirmadas é a de Amir Ali Hajizadeh, comandante das Forças Aeroespaciais, além de seis cientistas nucleares.
Como foi a retaliação do Irão?
Após ter visto o seu espaço territorial atacado durante a madrugada (horário local), o Irão terá lançado cerca de 100 drones em direção a Israel, todos eles intercetados antes de atingirem o solo. A informação foi avançada pela BBC, que citou fontes militares israelitas.
Quando começaram as tensões entre os dois países?
O ano de 1979 foi de mudança de regime no Irão, com o derrube do xá Reza Pahlavi na sequência da Revolução Islâmica que levou ao poder o ayatollah Khomeni. Desde então, Teerão não reconhece a existência do Estado judeu, o qual, por sua vez, acusa o rival de financiar organizações terroristas, como o Hezbollah.
Risco nuclear aumentou?
Apesar da intensidade da ação de Israel e da confirmação que a central nuclear iraniana de Natanz foi atingida, a Agência Internacional de Energia Atómica garantiu que “os níveis de radiação não aumentaram”. As centrais de Bushehr e Isfahan não terão sido afetadas.
O que disseram os aliados de Israel?
Washington apoiou a decisão militar israelita. “O Irão não pode ter a bomba nuclear. Os EUA estão preparados para se defender e para defender Israel caso o Irão responda”, afirmou Donald Trump. O chanceler alemão, Friedrich Merz, emitiu um comunicado no mesmo sentido.