Provas de Geometria Descritiva e MACS registaram média negativa. Português e Biologia subiram, Matemática A desceu.
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Num total de 25 disciplinas com exames no 11.° e 12.° ano, apenas duas registaram médias negativas: Geometria Descritiva A e Matemática Aplicada às Ciências Sociais (MACS), com 8,9 e 9,2 valores, respetivamente. Em relação ao ano passado, os resultados de nove provas subiram, de 15 desceram e a Inglês (melhor média) manteve-se exatamente igual (14,1 valores).
De acordo com os dados divulgados pelo Júri Nacional de Exames (JNE), foram feitas 289 859 provas nas 15 disciplinas em que os alunos não têm de fazer orais, tendo-se registado 93 114 notas abaixo de dez valores – quase mais 20 mil do que em 2024. Este ano, recorde-se, os exames voltaram a contar para a conclusão do Secundário e, nestas 15 disciplinas, foram feitas mais 67 mil provas do que no ano passado. Houve, no entanto, menos provas com a classificação máxima de 20 valores: 882, este ano, menos 245 do que em 2024.
Matemática A foi o exame onde mais alunos tiveram uma nota abaixo de dez valores: 15 015 (42% do total de provas). A média de Matemática A desceu de 12,1 para 10,5 valores. Mais 14 provas baixaram os resultados, incluindo História A (passou de 12,4 para 10,9 valores), Economia (desceu de 12,7 para 11,4) ou Desenho (baixou de 14,4 para 13,6).
A média de Física e Química, um dos exames que dá acesso aos cursos com notas de ingresso mais elevadas, desceu ligeiramente, de 11,6 para 11 valores. Foi a segunda prova com mais negativas (14 298 – 41,3%), mas foi onde mais alunos tiraram 20: 203.
“Resultados ilusórios”
Nove médias subiram, incluindo Português (de 11,1 para 12,6) ou Biologia e Geologia (de 9,9 para 12,4). No ano em que o Português voltou a ser obrigatório para todos os alunos, a prova foi a terceira com mais negativas: 14 125, mas este ano disparou o número de alunos que conseguiram a classificação máxima de 20 valores: foram 93 alunos, quando no ano passado tinham sido só 12.
Carmo Oliveira, da Associação de Professores de Português, acredita que a obrigatoriedade pode ter contribuído para a subida da média. “Os alunos de Ciências, que têm melhores resultados e nos últimos anos não precisavam de fazer este exame, voltaram a fazê-lo”, defende. No entanto, a docente considera que o resultado “pode ser ilusório”.
O problema, aponta Carmo Oliveira, é o modelo da prova e a sua classificação: “São cinco perguntas em que os alunos têm de escrever e nove de escolha múltipla, todas valem 13 pontos cada. Ou seja, basta que acertem nas de opção e conseguem positiva”. “É um modelo bastante esgotado que duvido avalie as competências adquiridas ao longo de 12 anos”, defende a docente.