Senhor de Matosinhos: festa profana com bonecos de fogo e pecados mortais
A trupe reúne-se junto aos Paços do Concelho. Alguns carregam os sete pecados mortais em forma de gigantones e os 18 bonecos cujo destino é estourar pelo fogo. É a grande novidade do Senhor de Matosinhos, uma “Marcha dos Bonecos” que cruza elementos religiosos e profanos, e com a qual se dá o pontapé de saída da festa.
Corpo do artigo
Jorge Louraço, diretor artístico do Teatro Municipal Constantino Nery, é o guionista desta marcha de marionetas inspirada no fogo dos bonecos de Matosinhos. Um espetáculo com um elenco de 48 pessoas, entre atores profissionais, voluntários e músicos, que vai percorrer o eixo central da romaria (hoje, amanhã e depois, sempre a partir das 19 horas), até ao adro da Igreja do Bom Jesus, onde decorrerá um auto popular em que se cruza a lenda do Senhor de Matosinhos, referências a histórias bíblicas e uma pitada de crítica social e política. “Misturamos tudo, baralhamos e voltamos a dar”, resume Louraço.
Se um espetáculo de rua não se faz sem atores, neste, no entanto, os personagens principais são na verdade as marionetas construídas por Sandra Neves, que se inspirou nas figuras de Rosa “Ramalho”, a artesã de Barcelos. Em particular para os gigantones feitos de papel e vime que representam os sete pecados mortais (soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça). No desfile seguirão também os 18 bonecos de fogo, que serão depois protagonistas do espetáculo de fogo preso da família Macedo, marcado, como habitualmente, para a tarde do feriado municipal, a 21 de maio.