A candidata presidencial Maria de Belém afirmou, esta quinta-feira, que não renuncia a nenhum dos seus direitos, a propósito da questão das subvenções vitalícias.
Corpo do artigo
Maria de Belém Roseira integra a lista dos 30 deputados que pediram ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização das normas do Orçamento do Estado para 2015 sobre as subvenções vitalícias de ex-titulares de cargos políticos.
Esta questão levantou polémica na reta final da campanha eleitoral, após o TC ter declarado a inconstitucionalidade da norma e confrontada esta quinta-feira, em Lisboa, com a questão se renunciaria às subvenções vitalícias, a candidata presidencial afirmou: "não renuncio a nenhum dos meus direitos".
"Eu podia dizer, pura e simplesmente, que vou abdicar de tudo, que considero que isto é imoral, ilegal, isso é o caminho fácil (...). O que eu não aceito é que se transforme esta questão numa questão para cavalgar benefícios eleitorais", afirmou.
Questionada sobre se outros candidatos estão a fazer aproveitamento político da questão das subvenções, Maria de Belém foi perentória: "considero que sim, claramente".
A antiga presidente do PS reconheceu que esta polémica pode ser "prejudicial" para a sua candidatura. "Agora, o que eu não abdico é de defender a minha coerência e de afirmar que eu lutarei bem pelos direitos dos outros se lutar também pelos meus direitos. Não há direitos para uns bons e outros maus. Há os direitos que os órgãos legítimos em democracia aprovam e consideram que são os adequados para o povo português".
E questionada sobre uma perda de votos com esta questão, a candidata considerou que "a opinião pública com certeza que acha muito mais interessante dizer cortem, cortem, cortem, cortem". "Agora, eu não ficaria bem comigo própria se embarcasse nessa onda, porque eu acho que essa é a onda que constrói o ambiente para o enfraquecimento e, muitas vezes, para a ruína das democracias como aconteceu no século passado com os fascismos e totalitarismos", salientou.
Alegre repudia campanha "infame"
O histórico socialista Manuel Alegre repudiou a "infame campanha populista" que está a ser feita contra a candidatura presidencial de Maria de Belém Roseira, considerando que os ataques que estão a ser feitos são "salazarentos".
"Estou aqui hoje para dar a minha solidariedade à Maria de Belém contra uma infame campanha populista que ataca a sua candidatura e, atacando a sua candidatura, ataca os políticos, ataca a política e ataca a democracia", afirmou Manuel Alegre.
Lembrando os tempos em que andava na escola e lhe ensinaram que "o mal do país era a política, eram os políticos e o parlamento", Manuel Alegre considerou que os ataques que estão agora a ser feitos "cheiram a salazarismo, são salazarentos, são uma herança cultural desse passado contra o parlamento, contra a democracia e contra os políticos".