O ex-ministro da Casa Civil da Presidência do Brasil, Antonio Palocci, o primeiro dos cinco ministros que foram demitidos já durante o governo de Dilma Rousseff, retomou esta semana a actividade como consultor.
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Palocci foi afastado do cargo no dia 7 de Junho deste ano, acusado de suposto enriquecimento ilícito.
A situação do político complicou-se depois de vários artigos na imprensa local terem revelado que o seu património crescera 20 vezes, em apenas quatro anos.
O dinheiro provinha da empresa de consultoria "Projecto", através da qual o político prestava serviços a privados quando ainda actuava como deputado federal do governo Lula da Silva.
De acordo com a reportagem do "Folha de São Paulo" de hoje, Palocci solicitou à Junta Comercial de São Paulo a alteração da "finalidade" (objecto) da sua antiga empresa, que voltará, assim, a exercer a actividade de "consultoria em gestão empresarial".
O ramo de actividade é o mesmo que a empresa exercia quando Palocci ainda era deputado federal. Mas antes de assumir o cargo de ministro, em Janeiro deste ano, o ex-governante tinha alterado esse registo e transformado a companhia numa "administradora de imóveis".
O político modificou ainda o seu estatuto na empresa, informando a entidade responsável, que voltou a ser administrador da sociedade.
O Ministério Público Federal ainda estuda a possibilidade de vir a abrir um inquérito criminal para investigar a actuação do ex-ministro no período em questão.
Através da sua assessoria, a empresa "Projeto" informou o jornal brasileiro que as actividades daquela sociedade estavam suspensas para cumprir o período de "quarentena" determinado por lei. O prazo, de quatro meses, foi concluído no dia 6 de Outubro.
Palocci foi apenas o primeiro, de cinco ministros, que foram afastados até o momento do governo de Dilma Rousseff.
Esta semana, denúncias contra o ministro do Desporto, Orlando Silva, colocaram também este numa situação delicada.
A Presidente Dilma Rousseff, que regressou quinta-feira à noite ao Brasil, depois de uma viagem de uma semana pelo continente africano, ainda está a avaliar a situação para tomar medidas.
Os meios locais afirmam que a situação do ministro já se tornou insustentável, e que a chefe de Estado brasileira deverá optar por substituir o ministro do Desporto nos próximos dias.
Os responsáveis pelas acusações contra Orlando Silva ainda não apresentaram provas.