O poeta sueco Tomas Tranströmer, de 80 anos, manifestou-se "feliz" e "emocionado" por ter sido distinguido, esta quinta-feira, com o Prémio Nobel da Literatura.
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"Não acredita que pudesse viver para assistir a isto", disse a mulher do poeta, Monica Tranströmer, à imprensa sueca em Estocolmo.
Tomas Tranströmer sofreu um acidente vascular cerebral em 1990 que o deixou parcialmente afásico e hemiplégico, paralisado em metade do corpo, afectando-lhe a fala.
Há muitos anos que Tomas Tranströmer era apontado como um dos favoritos ao Nobel da Literatura.
Segundo a mulher, o poeta sentiu-se "à vontade com todas as pessoas que o foram felicitar e fotografar", mas o casal não escondeu a surpresa quando o secretário da Academia Sueca, Peter Englund, lhe ligou a anunciar a novidade.
Tomas Tranströmer é o mais conhecido dos poetas escandinavos vivos, cuja obra explora a relação entre a nossa intimidade e o mundo que nos rodeia.
Psicólogo de formação, sugere que a análise poética da natureza permite mergulhar nas profundezas da identidade humanas e da sua dimensão espiritual.
"A existência de um ser humano não acaba onde os seus dedos terminam", declarou um crítico sueco sobre alguns poemas de Transtroemer, que classificou como "orações laicas".
Publicou cerca de 15 obras numa longa carreira dedicada à escrita e venceu numerosos prémios literários, como o Prémio Literário do Conselho Nórdico, em 1990.
Em Portugal, Tomas Tranströmer está representado na colectânea "21 poetas suecos", editada pela Vega, em 1981.