Andamos a comer o dobro do que devíamos. Há mais carne, peixe e ovos à mesa e menos horta e fruta
Portugueses consumiram, em média, por dia, 4079 calorias, ou seja, duas vezes mais sobre o valor recomendado para um adulto. Instituto Nacional de Estatística diz da alimentação que os portugueses andam a fazer, e que mantêm há quase dez anos. Estudo sobre a balança alimentar, do Instituto Nacional de Estatística, indica que ingerimos mais carne, pescado e ovos e andamos a cortar na fruta e nos produtos hortícolas
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que os portugueses andam a comer o dobro do que o que deviam. "O aporte calórico diário médio por habitante em 2020-2024 permaneceu elevado, 4 079 kcal, o que representa duas vezes o valor recomendado para um adulto com um peso médio saudável", lê-se no relatório Balança Alimentar portuguesa 2020-2024, divulgado esta quinta-feira, 16 de outubro.
Olhando ao detalhe, o boletim estatístico do INE revela que "o consumo aparente de hortícolas diminuiu 4,4%, com 275,3 gramas, por habitante, por dia", menos 13 gramas diárias do que o valor registado entre 2015 e 2019. Já as carnes subiram, tal como o pescado. "O consumo aparente de crustáceos e moluscos cresceu 20,6%, mantendo-se como o segundo produto deste grupo (28,6% do total), a seguir ao peixe fresco, refrigerado, congelado ou em conserva (55,1%), relegando para a terceira posição o bacalhau e outros peixes salgados secos (16,3%)", indica o relatório, que aponta ainda um aumento para o consumo de ovos na ordem dos quase 12% e a uma taxa de crescimento de 3% ao ano.
O documento revela que o distanciamento da dieta mediterrânica se mantém nivelado nos últimos anos, mas longe dos valores que se registavam nos anos 90 do século passado, com uma adesão superior a este tipo de alimentação.