
Atriz Ana Sofia Martins integra minissérie da RTP1 'Casa-abrigo'
Foto: Divulgação RTP
Mais de 700 mulheres e cerca de 650 crianças estão atualmente alojadas em casas-abrigo para fugirem aos agressores de violência doméstica. Minissérie da RTP1 que se estreia esta segunda-feira, 27 de outubro, traz esta realidade à luz. Atriz Ana Sofia Martins espera que a trama mude medidas e políticas e ajude vítimas.
Ana Sofia Martins é Joana, a psicóloga que recebe acompanha mulheres vítimas de violência doméstica que se refugiam em casas-abrigo. Na minissérie da RTP1 e RTP Play que se estreia esta segunda-feira, 27, são tornadas visíveis as dificuldades que as vítimas enfrentam quando escapam aos agressores, as novas regras, a comunidade em que passam a inserir-se e as dificuldades para continuarem a caminhar em frente.
Em resposta por escrito a propósito do arranque de Casa-Abrigo, Ana Sofia Martins pede para que estas mulheres sejam escutadas nesta fase das vidas delas, espera que este relato em seis episódios, cada um centrado numa das mulheres da trama, possa ter "influência nos meios políticos e em medidas", mas também nas vítimas, sobretudo às que estejam ainda em dúvida de apresentarem queixa contra a agressores.

Importa vincar que, segundo dados do segundo trimestre deste ano, publicados no Portal da Violência Doméstica, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, estavam acolhidas nesta rede de casas com moradas secretas - para fuga aos agressores - perto de 1500 pessoas, das quais 733 mulheres e 643 crianças.
Perguntas & Respostas
Quais as maiores dificuldades sentidas para tratar esta temática?
A maior dificuldade é a continuação deste flagelo na nossa sociedade e a impunidade com que muitos agressores escapam devido à lentidão do nosso sistema judicial. Outra dificuldade é, sem dúvida, a proteção justa das vítimas e dos seus filhos, muitas vezes obrigadas a viverem na mesma casa que os agressores e outras obrigadas a abandonarem os seus lares para preservarem as suas vidas.
Ouviu testemunhos? O que mais impressionou e em que medida esses mesmos testemunhos alteram ou mudaram a ideia inicial da série?
Não ouvi testemunhos para fazer a série, mas, infelizmente, todos os dias nos chegam casos reais através dos meios de comunicação.
De que forma é que a série pode vir a ajudar a 'mexer' com políticas e medidas que já existem no terreno?
Não sei se terá influência em meios políticos e em medidas, mas, se chegar às vítimas que estão em dúvida sobre avançarem com a sua vida e apresentarem queixa contra os agressores, para mim, já será missão cumprida.
O que gostava de ver mudado nesta matéria das casas-abrigo?
Gostava, por exemplo, que as mulheres que passam pelas casas-abrigo fossem ouvidas para questões que as afetam diretamente, esse também é um dever da comunicação social.

