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Refazer a vida depois do divórcio? Sim, mas com outra mulher que também tenha filhos e esteja separada. Na China, famílias monoparentais femininas procuram congéneres para dividir contas, necessidades educativas e quotidiano com os filhos.
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No rescaldo de uma separação de uma família com filhos, urge encontrar uma casa nova para a recém-criada família nuclear que daí emerge, procurando, ao mesmo tempo, fazer face à inflação e ao custo das casas. Realidade que está a levar mulheres divorciadas na China a procurarem colegas de casa que estão em iguais circunstâncias e para partilharem contas e educação dos filhos de ambas.
O jornal britânico The Guardian relata traços iniciais de uma eventual reorganização social, já detetada por académicos, que parece estar a emergir naquele país do Oriente e na sequência do aumento do número de divórcios. "Espero encontrar outra mãe solteira com quem dividir um apartamento, para que possamos cuidar uns dos outros", lê-se num post publicado na plataforma de redes sociais e e-commerce chinsesa Xiaohongshu e citado pelo jornal britânico. A escolha implica alguém que tenha, preferencialmente, um filho dentro do mesmo intervalo etário de quem procura companheira de casa.
Segundo os dados avançados, crê-se que exista, na China, 30 milhões de mães solteiras, sendo que cerca de oito em cada dez terá a seu cargo a custódia dos filhos e com níveis que as coloca na linha do limiar da pobreza.
A título de comparação, em Portugal, dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que nove em cada dez famílias monoparentais estejam nas mãos de mulheres, um número ainda mais alto do que o registado naquele país do Oriente, mas igualmente na linha vermelha de sobrevivência, e mesmo abaixo dela.

