Raparigas estão a enfrentar mais episódios com estrangulamentos e asfixia, no Reino Unido
As ameaças de violência estão cada vez mais fortes e mais intimidatórias para as raparigas britânicas, com idades entre os 16 e os 25 anos, alerta plataforma de combate à violência doméstica, no Reino Unido
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A maior organização britânica especializada no combate à violência doméstica fez alertas preocupantes sobre a violência crescente que se está a fazer exercer sobre jovens, sobretudo raparigas dos 16 aos 25 anos. A Refuge vinca que as ameaças estão cada vez mais violentas e aponta para um acréscimo de episódios marcados por estrangulamento e asfixia.
De acordo com a plataforma, citada pela agência noticiosa Reuters, quase metade das 525 mulheres jovens e raparigas que têm vindo a ser apoiadas pela Refuge trazem relatos de violência física aumentada - denunciando casos de estrangulamento ou asfixia - que ocorreram entre abril de 2024 e março de 2025. Um comportamento que está a aumentar e que cresceu, segundo a organização, 9% face ao ano anterior.
"A violência doméstica passa muitas vezes despercebida, mas estes novos números revelam a realidade angustiante: muitas vidas jovens estão a ser devastadas por este crime horrível", afirmou, citada pela Reuters, a diretora-geral da organização. Gemma Sherrington.reitera que, "para combater ativamente a violência doméstica, deve haver uma grande mudança social no sentido de uma educação melhor que eduque para os muitos sinais de alerta do abuso." A Refuge pede, por isso, para uma integração da violência doméstica na educação e nas escolas, pedindo reforço no apoio aos jovens.
Recorde-se que, em meados de julho último, o Ministério da Educação britânico anunciou que, a partir de setembro de 2016, as escolas britânicas de ensino básico e secundário terão cursos obrigatórios para combater a misoginia. Esses cursos deverão ter uma nova versão do guia de educação sobre sexualidade e saúde (RSHE), cujo objetivo é consciencializar os jovens sobre a crescente disseminação de conteúdos misóginos online, promovidos por influencers como Andrew Tate. O ministério insiste na importância de não "estigmatizar" esses jovens, mas sim ajudá-los a encontrar modelos masculinos positivos.