A cada estação emerge o desejo de encontrar novos modelos, cortes e cores de cabelo originais para aderir ao que é novo. Mas, e se o novo já não é o que era? 'Hairtsylist' com trabalho desenvolvido na ModaLisboa e responsável pela imagem de estrelas como Daniela Melchior, Mafalda Castro responde
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Fim do verão, novo visual. Este slogan que parecia tão enraizado nos hábitos de todas nos pós-férias pode mesmo estar a mudar. As tendências que definiam um corte de cabelo, um estilo ou uma cor quase como regras nos tempos que se seguiam e que todas devíamos acomodar parecem estar a perder impacto e encanto.
O hairstylist Cláudio Pacheco nota que os comportamentos têm vindo a mudar. "Hoje em dia sinto que estamos a assistir um bocadinho ao fim das grandes tendências de corte e de cor no geral", refere à Delas.pt. O responsável pela imagem de estrelas como as atrizes Daniela Melchior, Helena Isabel e Martinha Ferreira e profissional responsável pelos cabelos nas sucessivas edições da ModaLisboa crê que "cada vez mais vemos o surgimento de microtendências e, ao mesmo tempo, algumas maxitendências, como aconteceu recentemente com o cowboy copper ou o 90s bob, o bob mais curtinho". Contudo, trata-se de propostas que "acabam por se renovar constantemente".
Assim, em vez das tendências para uma determinada estação, assiste-se antes aos cortes e cores que toda a gente quer ter, de forma cíclica, em cada estação do ano. "Chega a primavera e de repente todos querem escadear mais um pouco, apostar num curtain bangs (franjas). Todos os anos, essa vontade regressa, pelo que já nem sabemos se podemos chamar tendência ou se é apenas um ciclo natural", analisa. No verão, sucede o mesmo, mas com outro tipo de modelo. "As clientes procuram cortes inspirados nos anos 70, muito mais escadeados, com mais movimento. Mais uma vez, não chamaria tendência, mas sim algo cíclico". Com setembro a instalar-se e com o outono à porta, o hairstylist e um dos embaixadores criativos da L'Oréal nota que "voltam as cores mais quentes, mais escuras, e os cortes mais curtos - long bob, bob, franjas mais marcadas. Outra vez, não tanto uma tendência, mas sim esse ciclo repetitivo".
Resultado? "Começamos a dar mais importância às microtendências", refere o cabeleiro. E exemplifica: "Um bom exemplo foi este verão com o peekaboo balayage, uma proposta com toques de cor visíveis em algumas madeixas, que foi uma microtendência interessante, mas sem grande expressão no mercado". Uma realidade que leva Cláudio Pacheco a crer que "existe uma máquina que se repete todos os anos, pelo menos nos últimos cinco, com os mesmos cortes e as mesmas cores adaptados às estações".