"Não é transparente", "não é democrática" e "os críticos são silenciados". Numa entrevista à revista brasileira "Veja", Luís Figo não poupou críticas à FIFA, dias antes de abandonar a corrida à liderança do organismo máximo do futebol mundial.
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Figo falou com a jornalista Mafalda de Avelar a 8 de maio em Madrid, e a entrevista foi publicada na revista brasileira "Veja". As suas palavras foram muito críticas em relação à FIFA e ao homem que lidera o organismo desde 1998, Joseph Blatter. A confiança manifestada no anúncio da sua candidatura, em janeiro, deu lugar à desilusão e já indiciava que poderia sair de campo antes do "jogo" terminar.
Questionado sobre como via a FIFA, Figo foi claro: "A Fifa fez coisas positivas, mas hoje é uma organização que não é transparente, não é democrática. Não há lugar para as opiniões divergentes e os críticos são silenciados. Nesta campanha tive oportunidade de constatar isso".
A solução, defendeu, é "mudar a liderança da organização. Para se modernizar e para ser transparente, para que exista democracia".
Figo não se conforma com a maneira "como estão as coisas montadas e organizadas de forma a silenciar as críticas e a não dar espaço a vozes que queiram outro rumo e outra estratégia", como era o caso da sua candidatura e do seu manifesto.
"Desde o início me avisaram para ter cuidado", revelou. Muitos lhe disseram que a sua candidatura era "uma luta perdida". E deixou o futuro em aberto: "não necessito da FIFA para viver" e por isso "não tenho que ter receio de nada", afirmou na entrevista.
Em relação ao atual presidente, Joseph Blatter, o português foi direto: "Do Blatter ainda não vi nenhum programa em relação aquilo que pretende para o futuro. [...] praticamente ouço falar sempre do passado, passado, passado".