Adriano quis abandonar o futebol. Como não era feliz, deixou Itália para trás e regressou ao Brasil. De volta a casa, reencontrou a alegria de jogar e chora de felicidade... pelo título de campeão com a camisola do Flamengo.
Corpo do artigo
Adriano ainda chegou a jogar às ordens de José Mourinho, no Inter de Milão. Cansado do "calccio", triste, sem vontade de jogar, deixou a equipa milanesa e rumou ao Brasil. Na altura, disse, apenas, que tinha perdido a vontade de jogar futebol.
Já de volta a casa, aceitou o convite do Flamengo para voltar a calçar as chuteiras. Melhor marcador da equipa carioca, com 19 golos, foi decisivo no regresso do "Fla" aos títulos, 17 anos depois da última conquista.
"Mal posso acreditar... lembro-me de tudo o que passei, nem tenho forças para celebrar", disse Adriano, olhos marejados, a tentar conter as lágrimas, enquanto falava aos jornalistas, no relvado do "mítico" Maracaná. Nas bancadas do estádio, cerca de 80 mil adeptos ululavam de alegria.
"A sério, é um sonho voltar a ser campeão, mas acima de tudo, reencontrar a felicidade", acrescentou Adriano. Memórias de tempos difíceis, na Europa, superadas com o regresso a casa e ao seio da família.
Apesar do desencanto com o futebol italiano e de reafirmar a importância da família, Adriano não descarta a possibilidade de voltar à Europa. "Não vou mentir, tive muitas propostas", disse. "Mas, hoje em dia, o mais importante para mim é a minha felicidade. Tudo o que fizer será tendo isso em conta", acrescentou.
Felicidade é, de momento, o sentimento reinante entre os adeptos do Flamengo, considerado o clube brasileiro com mais seguidores. No Rio de Janeiro, a festa saiu às ruas, numa espécie de Carnaval antecipado, em tons de vermelho e preto, as cores do clube.