<p>O Benfica foi ontem, quarta-feira, eliminado da Champions, ao perder frente ao Hapoel em Telavive por 0-3. Erros de Jesus e ineficácia ofensiva em momentos-chave deitaram tudo a perder. A equipa sai da prova aos pés de uma humilhação, e ainda não está assegurada a Liga Europa...</p>
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Kardec. Fez um jogo fraquíssimo. Decidiu sempre mal nos lances em que teve a bola e as suas limitações ficaram ainda mais à vista nos lances de um para um. Nem sequer se aproxima do nível que chegou a apresentar na época. Mas a culpa nem é do brasileiro, mas de quem o deixou ficar 90 minutos em campo.
Maxi. Foi dos que menos mereceram a derrota. Lutou muito e subiu consideravelmente de forma na segunda parte. Foi dele o cruzamento a que Javi Garcia não conseguiu responder com um cabeceamento fácil para o golo. Mesmo quando a equipa já perdia por dois, não virou a cara, mas os outros já não respondiam.
Os encarnados falharam ontem um dos grandes objectivos da temporada: atingir os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Mais uma vez, a equipa evidenciou claras dificuldades competitivas nos jogos fora (apenas venceu dois esta temporada e perdeu os três da prova europeia) e sinais de grande instabilidade emocional. O técnico também voltou a falhar. A piorar o cenário, está o facto de ter sido goleada por uma equipa da terceira divisão europeia de futebol, que aproveitou muito bem as fragilidades dos portugueses. Depois da goleada no Dragão, esta foi a segunda humilhação do ano. Resta conhecer, nos próximos dias, as reacções a um desaire tão importante como nefasto.
Ainda que tenha chegado ao intervalo a perder por 1-0, o Benfica teve mais do dobro de remates à baliza do opositor, nesse período de tempo. No entanto, o domínio ofensivo encarnado nunca se traduziu em maior posse de bola. Nem em domínio esmagador. Jorge Jesus colocou Salvio em campo, por troca com Carlos Martins, com o objectivo de dar mais objectividade ao lado direito. A aposta foi errada. Os jogadores actuaram muito afastados e o meio-campo necessitava de maior agressividade, com ou sem a bola. O golo do Hapoel acabou por surgir no segundo remate às redes de Roberto, resultado manifestamente infeliz para o que se desenrolava no relvado.
As entradas de Cardozo e de Carlos Martins espevitaram o conjunto no começo do segundo período. No entanto, Saviola, que sempre funcionou bem com o paraguaio, ficou no banco. Não se entendeu a escolha de Jesus, dado que o argentino, apesar de estar longe de atravessar um bom momento de forma, é precioso na circulação de bola. Além do mais, os encarnados também não acertavam. Com à baliza à mercê, Javi Garcia não teve arte para fazer um golo fácil. Seria o empate.
Dono de um domínio imenso em campo nessa altura, falhava, porém a capacidade de tornar o encontro mais acessível. E foram exactamente os israelitas a ensinar como isso se faz ao Benfica. Da pior maneira. Foi preciso apenas um contra-ataque, que depois deu em canto, para "fechar" a partida. Douglas da Silva aproveitou um ressalto para concretizar o segundo tento. O escândalo chegou quase no final. Zahavi bisou e envergonhou o campeão nacional.