Aos 68 minutos do jogo com o Hapoel, os adeptos do benfica exultaram com o segundo golo, mas os aplausos duraram pouco. Oscar Cardozo, o autor do tento, levou o dedo à boca, mandando calar o público, que respondeu com assobios. No fim do jogo, pediu perdão.
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“Quero pedir desculpa pela minha atitude. Estava muito nervoso e não reagi da melhor maneira. Penso que os adeptos me vão perdoar, pois entendem a minha situação. Estava revoltado comigo porque as coisas não me estavam a sair bem. Agora quero esquecer este episódio”, argumentou o paraguaio.
Jorge Jesus apercebeu-se da polémica na hora e tentou que o avançado emendasse, logo aí, o erro. Não foi a tempo. Em conversa com os jornalistas, o treinador do Benfica disse que tudo se deveu à adrenalina do encontro. “No ano passado, ele fez 38 golos e este ano não está tão bem, à semelhança, aliás, de outros jogadores. Ainda não tiveram o tempo de trabalho que deveriam ter. O Cardozo é um grande jogador, mas ressente-se quando não está bem fisicamente”, salientou.
Carlos Martins também defendeu o colega. “Apenas foi uma maneira de ele expressar os seus sentimentos”
Reacção infeliz
Ouvido pelo JN, o cineasta António Pedro Vasconcelos, conhecido benfiquista, admitiu ter ficado triste com Cardozo. “Foi um gesto infeliz, mas eu percebi a sua reacção. Tem estado abaixo daquilo que pode fazer e sentiu muito a pressão do público. Por seu lado, os adeptos ainda não acreditam que o Benfica está a jogar pouco, relativamente à época passada, e demonstram-no”.
Paulo Madeira, antigo futebolista encarnado, argumenta que os adeptos não devem ficar sentidos com o atleta. “Ele estava a ser assobiado e contestado no Estádio da Luz e, por isso, pôs o dedo na boca. A equipa venceu com inteira justiça, mas nota-se que ainda não tem o mesmo futebol do passado. Por isso, há enorme frustração”, sublinhou.