Ciclistas amadores trocam uma tranquila tarde de domingo para se colocarem à prova na emblemática subida da Volta
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Desafiam a tradição de passar um domingo de descanso em casa, para pegar nas bicicletas e enfrentar, apenas por diversão, a mítica subida até ao Santuário da Senhora da Graça.
Esse sentimento une centenas de ciclistas amadores, que neste dia da emblemática etapa da Volta a Portugal, enchem de colorido as estradas por onde passa o pelotão, num clima de festa mas também de superação. "Não há explicação lógica para isto, há malucos para tudo [risos]", confessou, ao JN, Paulina Teixeira, junto ao pórtico da meta, onde pouco depois iriam passar os protagonistas do dia. "Só fazendo esta subida percebemos o esforço e a velocidade dos ciclistas. O ritmo a que eles sobem é o mesmo a que eu desço", analisou.
Paulina veio de Aveiro, pedalando os últimos 50 quilómetros da viagem até ao topo do Monte Farinha, juntamente com o marido Nuno Borralho, com quem partilha uma paixão tardia pelo ciclismo: "Temos os dois 60 anos, mas só começamos no ciclismo aos 50, antes nem sequer éramos desportistas", explicou Nuno, que nesta terceira vinda à Graça continua rendido: "É quase uma experiência sociológica. Vimos devagarinho, a desfrutar e a conviver. Pedalando com uma mulher é ainda mais divertido pelas piadas, no bom sentido, que ouço", disse.
A subida à Sr.ª da Graça une gerações, e o jovem Rafael Carvalho, 19 anos, veio de Ribeira de Pena, com vários amigos, para "cumprir uma tradição". "Venho cá desde os 7 anos e cada vez me divirto mais. Antes demorava duas horas a subir, agora faço-o em 20 minutos", disse, orgulhoso.