Miguel Oliveira, vice-campeão de Moto3 e Moto2, é o primeiro português a participar na classe rainha do Mundial de velocidade
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Em 2018, o "Falcão" foi o único piloto nas três categorias de MotoGP que nunca caiu e lutou pelo título até ao fim da época com o eventual campeão da categoria. Acabou como "vice", a apenas nove pontos do vencedor, o italiano Francesco Bagnaia, numa moto mais recente e menos evoluída. Mas talvez seja o momento ideal para puxar a cassete atrás e recordar como tudo começou a "ganhar forma".
Miguel Oliveira tinha apenas nove anos quando iniciou a carreira desportiva. E a partir daí as conquistas foram sempre uma meta alcançada. Em 2009, em terras de "nuestros hermanos", carimbou o terceiro lugar no CEV (Campeonato Nacional Espanhol). O piloto natural de Almada teve como rivais Mavericks Viñales e Alex Rins - também estão no MotoGP - e as prestações deixavam boas perspetivas. Depois dos anos formativos, ascendeu à mais pequena das categorias: 125cc/Moto3 - onde competiu entre 2012 e 2015 - e os resultados foram semelhantes. Aliás, foi no último ano em Moto3 que conseguiu a melhor época até agora: seis triunfos, três segundos lugares e o vice-campeonato, com 254 pontos. O ingresso, em 2016, no Moto2, ano em que fraturou a clavícula (ficou no 21.º lugar) foi o aquecimento para uma evolução a "todo o gás". E o resto da história é bem conhecida de todos. Ao terceiro lugar de 2017, sucedeu-se o segundo do ano passado.
E agora em cima da KTM? Sem qualquer pressa. Apesar de os portugueses sonharem com pódios no MotoGP, é preciso deixar o Falcão voar com calma. O piloto tem pela frente um ano de aprendizagem, onde o importante é acumular quilómetros, evoluir a moto e aprender com os habituais "erros de principiante".
A história começou a ser escrita ontem, na primeira sessão de treinos livres. Oliveira fez o 18.º tempo, à frente das KTM de Zarco (19.º), esta da equipa ´principal da marca austríaca, e do companheiro Hafizh Syahrin (22.º). Se o início foi assim, só resta pensar que o melhor está para vir.
Reinado de rossi continua seguro
Os números e as estatísticas quantificam a importância de Valentino Rossi no motociclismo mundial. E não estamos a falar só de recordes, mas também de uma longevidade fora do comum. No ano de 2019, Valentino irá correr pela 20.ª temporada consecutiva na classe rainha do motociclismo mundial. Se contabilizarmos o período entre 1996 e 1999 - quando disputou as classes inferiores - os registos tornam-se ainda mais monstruosos. Rossi esteve presente em 460 corridas e é o maior vencedor em atividade, com 115 vitórias e nove campeonatos mundiais. Embora tenha conquistado o último título em 2009, ao serviço da Yamaha, existe (para já) uma certeza. Os números do italiano não têm possibilidade matemática de serem superados nas próximas duas temporadas.
Márquez acelera rumo ao hexa com concorrência em casa
Punhos direitos "trancados", começa o show. Todos querem ser atores principais na época que, este fim de semana, vai arrancar em Losail, no Catar. São 19 grandes prémios, 11 equipas e 22 pilotos em prova. Tendo em conta o quadro competitivo dos últimos anos, não há dúvidas que o binómio Marc Márquez/Honda parte com clara vantagem para a conquista de mais um campeonato. Uma dinastia que o espanhol começou em 2013 - quando conquistou o primeiro título de MotoGP - e que tem vindo a fortalecer. Em seis anos, já lá vão cinco títulos e um terceiro lugar.
Mas rivais não vão faltar e a competição pode começar logo de forma interna. A chegada de Jorge Lorenzo à Honda - terá ao dispor a mesma moto que Márquez - deixa antever uma maior disputa pelo título dentro da equipa nipónica. A rival Ducati já mostrou ter uma moto mais completa comparativamente à utilizada ao longo da última época, mas Dovizioso - que irá fazer dupla com Danilo Petrucci - não vai poder cometer os erros passados se quiser figurar na luta pelo título.
Na casa da Yamaha, a vontade é fazer esquecer os desaires dos últimos anos. A pré-temporada foi o balão de oxigénio que a equipa precisava. Maverick Viñales, o mais rápido nos testes de pré-temporada realizados no Catar, é a prova que a marca japonesa está de novo no caminho certo e convém não esquecer que Valentino Rossi é capaz de tudo e mais alguma coisa.
Sob as luzes de losail
Tal como nos últimos 12 anos, o Mundial arranca no Catar. Ao todo são 22 voltas sob as luzes artificiais do Circuito de Losail. No ano passado, Andrea Dovizioso foi o primeiro a cortar a meta e este ano a emoção promete durar até à bandeira de xadrez.