O ciclista português da UAE-Emirates faz parte de um alargado leque de favoritos a conquistar a vitória final desta Volta a Espanha e terá nas bermas da estrada o apoio especial dos pais. Prova começa esta sexta-feira.
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Expectativas em alta para a participação de João Almeida, a partir desta sexta-feira, na Volta à Espanha, com o corredor português da UAE Emirates a figurar como um dos favoritos à conquista da vitória final. A prova, que fecha os três principais eventos velocipédicos internacionais do ano, sai esta tarde para a estrada na cidade neerlandesa de Utrecht, para uma viagem de 3280 quilómetros até à meta final em Madrid, a 11 setembro.
Além de João Almeida, as cores nacionais estarão representadas pelo companheiro de equipa Ivo Oliveira, e pelo experiente Nélson Oliveira, da Movistar. O trio terá, certamente, na estrada o apoio de muitos portugueses que vão atravessar a fronteira para ver a corrida, entre os quais Dário Almeida, pai de João Almeida.
"Vamos estar nos primeiros fins de semana e depois talvez na última semana. É muito importante para o João sentir esse carinho dos portugueses e ver as bandeiras na estrada", partilhou, ao JN. O progenitor do campeão nacional mostrou-se confiante na prestação do filho, mas deixou um desejo maior. "Espero que corra tudo bem e sobretudo que não caia. Mais importante que a classificação é que regresse a casa sem ferimentos", desabafou Dário Almeida.
Já José Azevedo, ex-ciclista e atual diretor desportivo da equipa EFAPEL, considerou que "depois das recentes prestações do João Almeida no Giro, é normal que as expectativas sejam sempre que ande na frente", disse, embora reconhecendo "o nível competitivo da prova é cada vez maior e com vários corredores de topo para discutirem os primeiros lugares". Primoz Roglic, vencedor das últimas três edições da Vuelta, Richard Carapaz, Remco Evenepoel, Jai Hindley ou Simon Yates são alguns dos principais candidatos.
José Azevedo lembra que os organizadores da Vuelta têm apostado em etapas com perfis "mais explosivos, com montanhas mais curtas" num formato que, segundo o ex-ciclista, "torna menores as diferenças de tempo entre os corredores e é propício a mudanças frequentes no top 10 da classificação".
"É uma corrida difícil, e com muita intensidade, o que obriga os ciclistas a estarem constantemente atentos e a não poderem relaxar. Além disso, com a maior presença de grandes nomes do pelotão internacional nesta prova, a competitividade torna-a mais espetacular", analisou José Azevedo.
Almeida não eleva a fasquia
Apesar de ser apontado como um dos favoritos à conquista da mítica camisola "roja", o ciclista natural das Caldas da Rainha, de 24 anos, foi cauteloso a definir objetivos para a sua prestação."Venho para lutar pela classificação geral, mas não me tenho sentido com super pernas. Vou tentar tudo e dar o meu máximo, mas sem expectativas ou um grande objetivo, como fazer pódio", confessou.
João Almeida admitiu que a preparação "não tem sido ideal", desde a última Volta a Itália, que abandonou à 18.ª etapa quando seguia nos primeiros lugares da geral, devido a um teste positivo à covid-19.
"Não tenho sintomas, recuperei física e mentalmente da covid, mas estive parado uns bons tempos, e, por isso, o retomar forma não é assim tão rápido", desabafou.