Presidente do Leça estima que melhorar estádio para receber Sporting custaria até 100 mil euros
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O sonho do Leça em jogar em casa os quartos de final da prova rainha, frente ao Sporting, esbarrou numa despesa que podia chegar aos 100 mil euros para que o recinto reunisse as exigidas condições de segurança e logística para acolher a partida, classificada de alto risco.
A contabilidade foi feita ao JN por António Pinho, presidente do clube leceiro, que considerou a deslocação do desafio para o Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira "um mal necessário".
"Tomámos a decisão com grande pena, sobretudo por causa dos sócios e da equipa, que queria tentar fazer um brilharete em casa, mas os investimentos para melhorar o estádio eram incomportáveis", começou por dizer o dirigente, ao JN. António Pinho detalhou que só para melhorar a iluminação do estádio, uma vez que o jogo se realiza à noite, por indicação do operador televisivo, "seriam 50 mil euros, a que juntariam mais seis mil para recuperar o relvado e algumas dezenas de milhares para colocar cadeiras em duas bancadas".
O presidente do Leça apontou que essas exigências foram sinalizadas por uma comitiva da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e das forças policiais, numa inspeção ao recinto. "Nos jogos com o Gil Vicente e o Arouca, por exemplo, que não eram de alto risco, não foram precisas essas melhorias, mas segundo os Regulamentos da FPF, quando o adversário é um dos três grandes, é preciso reunir certas condições".
A classificação de alto risco foi emitida pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), por proposta da FPF e das forças de segurança. Num esclarecimento ao JN, este organismo explicou que "os recintos desportivos que recebem espetáculos desportivos de risco elevado devem deter um conjunto adicional de requisitos previstos na lei", e que estes foram reportados ao Leça. A APCVD esclareceu, porém, que não lhe foram comunicados os motivos que levaram o clube decidir pela organização do jogo noutro estádio, inferindo "que possa ter sido, eventualmente, pela constatação de que não poderia garantir todas as condições exigidas no seu recinto".
Hipóteses inviáveis
A escolha do palco de jogo foi liderada pela A. F. Porto, que, além de Paços de Ferreira, também sondou os recintos de Boavista, Leixões, Maia, Rio Ave e Varzim, que, ora por falta de condições estruturais, ora por indisponibilidade de calendário, não foram hipóteses viáveis.
Transporte gratuito
Graças uma parceria com a Junta de Freguesia local e a Câmara de Matosinhos, todos os sócios do Leça terão transporte gratuito em autocarro até Paços de Ferreira.