Jorge Jesus ficou isolado nas horas que se seguiram à eliminação da Champions, em Israel. Não falou com Luís Filipe Vieira nem com os jogadores. O espaço do treinador no Benfica está ainda mais reduzido. E já ninguém o disfarça.
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O período que seguiu à derrota em Israel prova que Jesus vive os piores dias desde que chegou em Estádio da Luz, no início da época passada.
O treinador é um homem isolado. No aeroporto, em Telavive - a comitiva encarnada ficou retida quatro horas, por o espaço aéreo estar fechado -, ninguém falou com o homem que conduziu as águias ao título nacional. Nem jogadores, nem presidente, nem adeptos. Ninguém, à excepção dos adjuntos.
Aliás, nos corredores, e entre os poucos adeptos que acompanharam a equipa em mais uma jornada negra nas provas europeias, a conversa avançava no sentido da saturação. Todos questionam as opções do técnico e, sabe o JN, mesmo dentro do grupo há quem não aceite o facto de Carlos Martins ter ficado no banco de suplentes. Assim como não aceitaram bem que Saviola não tivesse entrado nas quatro linhas no duelo do Dragão, que terminou em goleada. Ou seja, à medida que a importância dos jogos cresce, também o treinador começa a ser mais questionado...
É evidente que apenas Luís Filipe Vieira poderá responder pela continuidade de Jorge Jesus, cuja liderança da equipa, no imediato, parece não estar em causa. A realidade, no entanto, é que falhou, anteontem, mais objectivo, o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Ao qual se soma o da revalidação do título nacional, praticamente entregue ao F. C. Porto...
No meio do afundamento psicológico em que se encontra o grupo, Jesus preocupa-se, agora, em reunir as tropas para o jogo com o Beira-Mar. É que nova derrota poderá, no limite, colocar, definitivamente, em causa a continuidade do técnico.