O treinador José Mourinho regressa no sábado à I Liga portuguesa de futebol, ao comando do Benfica, no terreno do AVS, 21 anos, quatro meses e 11 dias após dizer adeus à competição como bicampeão, pelo F. C. Porto.
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Em 9 de maio de 2004, Mourinho cumpriu aquele que é, até agora, o seu último encontro na prova, batendo o Paços de Ferreira por 3-1, em embate da 34.ª jornada da edição 2003/04, num jogo de festa, pois os dragões há muito tinham assegurado o título.
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Foi o seu 111.º encontro na prova, numa aventura iniciada há um quarto de século, em 23 de setembro de 2000, com um desaire por 1-0 com o Boavista, no Bessa, ao serviço do Benfica, pelo qual vai agora cumpriu o jogo 112 no campeonato português.
Na Liga, Mourinho cumpriu apenas quatro temporadas, sendo que, no mesmo clube, só disputou duas de princípio ao fim, tendo arrebatado o título em ambas, pelo F. C. Porto, em 2002/03 e 2003/04, deixando nas duas a concorrência a "léguas".
Em 2002/03, os dragões somaram mais 11 pontos do que o vice Benfica, sagrando-se campeão a quatro jornadas do fim e, em 2003/04, a diferença para o segundo, também os encarnados, foi de oito, com o cetro conquistado antes da 32.ª ronda.
Nas duas primeiras épocas, Mourinho só esteve nove rondas ao comando do Benfica (quinta à 13.ª jornadas) em 2000/01 e, na época seguinte (2001/02), começou na União de Leiria, mas, após 19 rondas, mudou para o F. C. Porto, substituindo Octávio Machado.
O novo técnico do Benfica somou dois títulos e um total de 77 triunfos, em 111 jogos, o que significa que ganhou 69,4% dos encontros disputados, para apenas 23 empates (20,7%) e 11 derrotas (9,9%), com 219 golos marcados e 85 sofridos.
Curiosamente, Mourinho perdeu, pelos grandes, dois jogos em cada uma das quatro temporadas, juntando apenas mais três pela União de Leiria, em 19 jogos.
O técnico luso estreou-se na Liga à quinta ronda da época 2000/01, depois de suceder ao alemão Jupp Heynckes, mas a sua primeira aventura como treinador principal só durou nove rondas.
Mourinho não venceu nenhum dos dois primeiros jogos (0-1 no Bessa e 2-2 com o Sporting de Braga), conseguindo o primeiro triunfo à terceira tentativa, quando superou em casa o Belenenses por 1-0, graças a um tento do central espanhol Marchena.
Depois, só ganhou um dos três jogos que se seguiram, mas venceu os últimos três: 2-1 em casa ao Farense, com reviravolta, 4-0 em Guimarães e um marcante 3-0 caseiro ao Sporting.
A formação encarnada parecia estar encarrilada, mas Mourinho acabou por pedir a demissão. Após o jogo com os leões exigiu a renovação do contrato, mas Manuel Vilarinho, que entretanto tinha batido João Vale e Azevedo nas eleições, não aceitou, pois queria Toni ao leme da equipa.
O jovem técnico, então com 37 anos, já não treinou outra equipa em 2000/01, retomando a carreira em 2001/02, quando substituiu Manuel José na União de Leiria.
Mourinho desceu um patamar, mas pouco mais de meia época foi suficiente para voltar a subir: após 19 rondas, a União de Leiria seguia no quarto lugar, com 34 pontos, um acima do F. C. Porto e a um do Benfica, e foi contratado pelos dragões.
Na chegada aos azuis e brancos, disse logo que a época 2001/02 estava "perdida" (acabou no terceiro lugar, a sete pontos do campeão Sporting), mas, ato contínuo, garantiu que o F. C. Porto seria campeão na temporada seguinte.
E foi, em 2002/03 e também em 2003/04, em duas edições que os dragões dominaram completamente, sendo que, a par disso, ainda arrebataram a Taça UEFA e a Liga dos Campeões, respetivamente.
Na Alemanha, mais precisamente em Gelsenkirchen, em 26 de maio de 2004, o F. C. Porto derrotou o Mónaco por 3-0 e sagrou-se pela segunda vez campeão europeu, com Mourinho a rumar ao Chelsea e a transformar-se em special one.
Agora, mais de 21 anos depois, está de volta, com estreia marcada para sábado, com o AVS, na sexta jornada da Liga 2025/26: será em 20 de setembro de 2025, precisamente 25 anos depois de ser anunciado, pela primeira vez, como treinador do Benfica.