Mais jogos na Champions, na Liga das Nações e o novo Mundial de clubes revoltam futebolistas. Sindicatos apresentam queixa contra a FIFA na Comissão Europeia. Joaquim Evangelista muito crítico com o calendário competitivo.
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O espetáculo tem de continuar. Mesmo perante a oposição de futebolistas e respetivos sindicatos, a FIFA e a UEFA decidiram reformular várias competições, criar um novo Mundial de Clubes, com 32 equipas, aumentando a carga competitiva e alargando 2024/25 até meados de julho, cerca de duas semanas antes do arranque da nova época. O calendário é cada vez mais apertado, as consequências para os atletas, a médio e longo prazo, são imprevisíveis e a conclusão de Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, é um alerta assustador. “Não existem dúvidas. Esta loucura competitiva está a matar a qualidade do futebol”, adianta, ao JN.
A Federação Internacional de Associações de Futebolistas Profissionais (FIFPRO) apresentou, no início do mês, o relatório “A carga de trabalho dos futebolistas”, concluindo que a intensidade no desporto-rei disparou ao longo das últimas décadas. Entre vários exemplos, a FIFPRO compara as carreiras de Ronaldinho Gaúcho, já retirado, e de Vinícius Júnior, do Real Madrid. Apesar de terem começado as carreiras com a mesma idade, o primeiro disputou 163 encontros oficiais antes de completar 24 anos, enquanto a atual estrela dos merengues jogou 369 partidas no mesmo período. Ao maior número de competições e jogos há que somar as constantes viagens de avião e, naturalmente, o menor tempo de recuperação.