O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José Fontelas Gomes, espera que a divulgação dos áudios das comunicações entre o árbitro principal e o VAR não sejam utilizados como "arma de arremesso" pelos restantes intervenientes do futebol.
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O responsável da FPF pela arbitragem lançou um apelo para que a divulgação das conversas entre o árbitro principal, no terreno de jogo, e o videoárbitro não seja instrumentalizada para atacar a atuação dos juízes, no decorrer da época.
“Este é o entendimento que tivemos para o início desta nova era. Em 2017 já tínhamos feito algo do género. Infelizmente, nessa altura, estávamos no início de uma nova era no futebol, e as comunicações da videoarbitragem começaram a ser utilizadas quase como arma de arremesso, e é isso que nós não queremos. Ao fim de seis anos, estamos com uma mentalidade mudada, penso que as pessoas vão entender as comunicações destas equipas de arbitragem, e aquilo que eu espero é que as pessoas utilizem estas comunicações num sentido mais pedagógico, para compreender as decisões dos árbitros. Se não for esse o caminho, obviamente temos sempre a oportunidade de fechar novamente. Não queremos que, com a nossa abertura, haja mais ruído no futebol”, afirmou Fontelas Gomes, que admitiu ainda que, caso a experiência seja bem sucedida, o período de um mês para divulgar os áudios venha a ser reduzido.
Esta quinta-feira, em declarações à margem do último de cinco dias de estágio de preparação da próxima época por parte dos árbitros de primeira categoria, na Cidad de Futebol, o presidente do CA admitiu a possibilidade de a comunicação em tempo real entre o VAR e o árbitro principal ser aberta ao público se tornar "uma realidade muito em breve", quando a IFAB assim o permitir.
Sobre as alterações das punições a serem atribuídas, pelos árbitros, a elementos dos bancos de suplentes que apresentam comportamentos prejudiciais ao desenrolar do jogo (o árbitro pode mostrar o cartão amarelo a elementos do banco sem aviso prévio), Fontelas Gomes referiu que a mudança partiu da UEFA, com a intenção de evitar "algumas imagens de aglomerados de jogadores e pessoas a levantarem-se dos bancos para irem atrás do árbitro, uns jogadores atrás dos outros, banco contra banco".
O presidente do Conselho de Arbitragem espera uma época mais competitiva do que a temporada passada, fruto da redução do número de vagas nas competições europeias para os clubes portugueses, devido à queda de Portugal para a 7ª posição do ranking da UEFA, por troca com os Países Baixos, que ocupam o 6º lugar:
"Esta preparação que foi feita é para que esta época seja mais competitiva do que a época anterior. Estamos, obviamente, à espera disso, sabemos que a pressão vai ser ainda maior. Aquilo que vamos tentar fazer é passar um bocadinho á margem desse ruído", disse o dirigente da FPF.
Recorde-se que o campeonato português vai perder uma entrada direta na edição 2024/25 da Liga dos Campeões: esta temporada, apenas o campeão terá lugar garantido na fase de grupos da competição, e o vice-campeão terá de disputar as pré-eliminatórias do torneio. Esta temporada, o campeão Benfica apurou-se diretamente para a fase de grupos da Champions, tal como o F. C. Porto, que terminou o campeonato no segundo lugar. O Braga, que fechou o pódio da liga portuguesa, vai disputar a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente aos sérvios do Backa Topolo. A primeira-mão da eliminatória será disputada no Estádio Municipal de Braga, na próxima terça-feira, dia 8 de agosto, às 20.00 horas.