Tal como em Portugal, os Países Baixos vivem dias de apreensão devido à subida galopante dos preços. O país está no top 20 entre os que têm o combustível mais caro do Mundo com o preço do diesel a atingir os 2,20 euros por litro.
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"Isto é uma loucura. Quem quiser andar de carro, tem de pagar a sério", afirmou Ellen, ao JN, uma cidadã neerlandesa de Amesterdão que vive o mesmo drama dos portugueses por causa da inflação do preço dos combustíveis. Mas há uma diferença: nos Países Baixos o salário médio líquido mensal é de 3200 euros.
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A população está revoltada mas não há, para já, previsão de manifestações. "Nunca as coisas estiveram tão caras neste país. O Governo diz que está a estudar o que pode fazer, em especial com as famílias carenciadas, e promete respostas em abril. Vamos ver, mas ninguém sabe se vai conseguir agir", sublinha.
Nos supermercados, o valor dos bens também disparou. "Sabemos que não é só um problema dos Países Baixos, é um problema em toda a Europa, mas ninguém sabe onde isto vai acabar. Não só o combustível e os artigos do supermercado, a eletricidade e o gás também dispararam", acrescentou Ellen. Um litro de leite já custa mais de um euro.
Não ao multibanco russo
Na restauração, a crise também é sentida. "Depois da pandemia, agora é isto", lamentou Paula David, emigrante natural de Vendas Novas, no distrito de Évora, empregada num restaurante, em Amesterdão. "Para já, ainda não há quebra de clientes apesar de todos os bens terem subido. Não podemos dizer que é isto ou aquilo que aumentou de preço, tudo aumentou", lamentou, ao JN.
Na logística do restaurante, há uma mudança que veio para ficar. "Se os russos quiserem comer, não podem pagar com multibanco. Tem de ser com dinheiro vivo", salientou, explicando que há dificuldades de ligação com os bancos do país de Vladimir Putin. "O que me disseram é que os bancos russos podem, depois, não ter dinheiro para pagar as transferências". O Mundo está de pernas para o ar.