Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, concedeu uma rara entrevista, na qual disse não se importar com as acusações da prática de “sportswashing” pelo seu país: “Se isso vai aumentar o PIB, podem chamar-lhe o que quiserem”.
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Em declarações à estação “Fox News”, Mohammed bin Salman optou por se focar nos resultados financeiros quando questionado sobre o impacto das acusações de “sportswashing”, que consiste em construir uma imagem positiva do país à custa de investimentos avultados em eventos desportivos.
“Se o 'sportswashing' vai aumentar o meu PIB em 1%, então vamos continuar a fazê-lo. Eu não me importo. Tenho um crescimento de 1% no PIB proveniente do desporto e pretendo outros 1,5%. Deem-lhe o nome que quiserem. Vamos chegar a esses 1,5%”, revelou o príncipe herdeiro saudita.
Através do fundo soberano (PIF), a Arábia Saudita adquiriu 80% do Newcastle, da Liga inglesa, e os quatro principais clubes locais, o Al Nassr, o Al Hilal, o Al Ittihad e o Al Ahli. Este verão, vários futebolistas de renome seguiram os passos de Cristiano Ronaldo e aceitaram mudar-se para a liga saudita, a troco de ordenados elevados.
Para além dos investimentos no futebol, que abrangem uma candidatura para receber o Campeonato do Mundo em 2034, o país dedicou quantias generosas para "tomar de assalto" modalidades como o golfe, o ténis ou a Fórmula 1. De acordo com cálculos feitos pelo jornal britânico “The Guardian”, o investimento total do PIF no mundo do desporto ascende aos 5,8 mil milhões de euros, desde 2021.