<p>Ao longo da semana, os jornais projectaram vários duelos individuais para o jogo de ontem. Entre Pep Guardiola e José Mourinho, entre Messi e Cristiano Ronaldo. Entre os jogadores, o argentino levou a melhor. Claramente. O português do Real Madrid fez uma exibição digna, mas perdeu a cabeça em alguns momentos. Ainda na primeira parte, quando a bola saiu pela linha lateral e Pep Guardiola não a devolveu, empurrou o treinador do Barcelona. E viu o amarelo.</p>
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A partir daí, gerou-se a confusão. O guarda-redes Valdés não gostou do gesto e foi pedir satisfações. Trocaram palavras, o suficiente para os jogadores das duas equipas se envolverem em picardias. Sempre que Ronaldo tocava na bola, o estádio assobiava, mesmo assim, apesar de uma exibição discreta, foi dos que mais tentou mudar o rumo do jogo, o que mais tentou alvejar a baliza. E, num livre directo, colocou a bola a centímetros do poste.
Mas houve mais. Sofreu um penálti que não foi assinalado e fez um passe sensacional para Benzema que quase dava golo. Aliás, na segunda parte, o craque do Real Madrid chegou a ser perseguido por um raio laser verde. À semelhança de toda a equipa, que se eclipsou depois do intervalo, também foi desaparecendo à medida que os ponteiros do relógio avançavam e o Barça assinava golo atrás de golo.
Para a máquina mortífera do Barcelona funcionar, Messi espalhou talento pelo relvado. Mais talento do que Ronaldo. Mandou uma bola ao ferro da baliza, fez duas assistências, sensacionais para David Villa deixar os adeptos merengues perto de um ataque de nervos. Com a bola nos pés foi o terror, lançou sempre o pânico, mas também ajudou o meio-campo e recuperou várias bolas. Cada arrancada, era um sinal de perigo.
Por isso, sofreu uma falta feia de Sérgio Ramos, que valeu a expulsão ao defesa do Real Madrid. Também por isso, Ricardo Carvalho acertou-lhe em cheio na cara com o cotovelo. Na segunda parte, as arrancadas continuaram. Sempre em direcção à baliza, ao golo. Mas ainda não foi ontem que o astro argentino marcou a uma equipa orientada pelo treinador português. Também não precisava. As exibições perfeitas não se medem só pelos golos.